O presidente Jair Bolsonaro disse
nesta quarta-feira (31) que as mortes de quatro presos durante deslocamento a
Marabá, no Pará, são problemas que "acontecem".
Em evento de assinatura de concessão de trecho da Ferrovia Norte-Sul, no
interior goiano, ele afirmou que, com certeza, os presos "deveriam estar
feridos" e comparou ao transporte de enfermos em ambulâncias.
Os detentos mortos faziam parte de um grupo de 30 a caminho da cidade de
Marabá, a 600 km de distância. Segundo nota do governo do Pará, de Helder
Barbalho (MDB), as mortes ocorreram dentro de um caminhão de transporte de
presos entre as 19h de terça-feira (31) e a 1h desta quarta.
Eles viajavam algemados e estavam divididos em quatro celas. As mortes só
foram descobertas na chegada a Marabá. Sempre de acordo com a versão do governo
estadual, os quatro mortos integravam a mesma facção criminal.
"Com toda a certeza, deveriam estar feridos, né? É como uma
ambulância quando pega uma pessoa até doente, no deslocamento, ela pode
falecer", disse Bolsonaro. "Pessoal, problemas acontecem, está
certo?", ressaltou.
O presidente disse que conversará sobre o cenário de violência no Pará com
o ministro da Justiça, Sergio Moro, e, apesar de reconhecer que é cláusula
pétrea, defendeu o trabalho forçado de presidiários no Brasil.
"Eu sonho com um presidio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu
gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente. Não
pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos nem quer que sejam mortos,
mas é o habitat deles, né", ressaltou.
O presidente afirmou que fica com "muita pena" dos familiares
dos presos e das vítimas e que espera que a situação no Pará "seja
resolvida". Ele lembrou que o fundo penitenciário federal já socorre as
entidades da federação.
"Se pudéssemos ter uma autoridade em cima do presidiário, como o
americano tem, seria muito bom para nós", disse.
Com as quatro mortes, subiu para 62 o número de vítimas em decorrência da
rebelião da última segunda-feira (30). O governo transferiu 46 presos de
Altamira. Desses, 10 irão a presídios federais fora do Pará.
O motivo do massacre, segundo as investigações, foi um confronto entre
duas facções que disputam o controle do presídio de Altamira. (Via: Folhapress)
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