Apesar de a Secretaria de Defesa
Social (SDS) divulgar que as taxas de homicídios estão caindo, os números
mostram que a impunidade impera em Pernambuco e precisa ser combatida com mais
eficiência. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que
investiga os assassinatos na capital, acumula quase 5,5 mil inquéritos sem
solução. Os dados são referentes aos anos de 2009 até abril de 2019.
Em funcionamento desde 2007, o DHPP conta atualmente com cinco delegacias
de homicídios. Cada uma sob a coordenação de dois delegados, em média. Cada
unidade conta com mais de mil inquéritos para investigar – apesar de o número
de profissionais de segurança ser bem abaixo do esperado para dar conta da
demanda.
Crimes ocorridos em 2009, ou seja, há uma década, continuam impunes. São
famílias, enlutadas, que permanecem com o gosto amargo da injustiça.
Estatísticas revelam que 410 inquéritos de homicídios registrados naquele ano
estão parados no DHPP. Outros 336 inquéritos, do ano de 2010, também não foram
resolvidos. Esses números foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação
(LAI).
Policiais ouvidos em reserva pelo Ronda JC relatam
dois problemas. O primeiro, já dito, é falta de efetivo para dar conta do
grande número de investigações. O segundo: a ordem da chefia da Polícia Civil,
segundo eles, é investir nas investigações dos crimes mais recentes, ou seja,
aqueles registrados neste ano. “A orientação é esquecer os demais. O objetivo é
mostrar à população que a polícia está resolvendo os crimes rapidamente. Mas as
mortes dos anos anteriores vão continuar sem solução porque não deixam a gente
investigar”, relatou um delegado.
Em vídeo publicado nas redes sociais, no mês passado, o chefe da Polícia
Civil, Joselito Kerhle, afirmou que 53% dos homicídios registrados no Estado em
2018 foram solucionados. O restante segue sem resposta. (Via: Ronda Jc)
Blog: O Povo com a Notícia