A Secretaria de Turismo e Lazer do Estado de Pernambuco lançou nessa
quinta-feira (11) no Diário Oficial um aviso de licitação (Processo nº
002/2019) para a realização da reforma do antigo Batalhão de Floresta, no
Sertão de Pernambuco.
O Processo nº 002/2019 define a realização de uma sessão no dia 12 de
agosto de 2019 para recebimento de propostas e a escolha da empresa de
engenharia que tiver o menor preço. A empresa contratada ficará responsável
pela execução da reforma para a implantação de um centro cultural no edifício
da antiga Força Pública (Batalhão), e construção de um teatro anexo, no
município de Floresta.
Para a execução da obra serão disponibilizados R$ 3.113.129,33, os quais
foram conseguidos pelo deputado estadual Rodrigo Novaes, atual Secretário de
Turismo e Lazer.
Sobre o Batalhão
A edificação da antiga Força
Pública de Floresta (ou “Batalhão”) foi construída por volta de 1912, a fim de
abrigar um Seminário. Quando de sua criação, recebeu o 1° bispado de Floresta e
primaz do Brasil, o Bispado do Sertão de Pernambuco. No entanto, o uso
religioso permaneceu por pouco tempo na edificação, uma vez que, devido à saúde
frágil do novo bispo, foi necessária, em 1918, a transferência da Diocese para
Pesqueira, detentora de clima mais ameno. Em 1920 a edificação foi adquirida
pelo capitão Antônio Davi Gomes Novaes, mas permaneceu sem uso.
No final de janeiro de 1928,
graças ao imenso prestígio junto ao governador, Theóphanes conseguiu a compra
do prédio em Floresta que serviria de Quartel para o 3º Batalhão. Dessa forma,
em 05 de julho de 1928, o Estado de Pernambuco adquiriu o imóvel de dois
pavimentos, que foi utilizado primeiramente pelo Grupo de Engenharia da Polícia
Militar, que o reformou e o finalizou para, posteriormente, abrigar o 3°
Batalhão da Força Pública. Tal quartel funcionou de 16 de novembro de 1928 a 17
de dezembro de 1930, marcando de forma incisiva a história local.
Para aquartelar a tropa da Força
Pública, locada anteriormente no Forte das 05 Pontas, no Recife, a edificação
recebeu os devidos melhoramentos e adaptações. Assim, Floresta passou a ser a
primeira cidade sertaneja a sediar batalhão de forma que a unidade que se
destinava a combater o cangaço e o prédio que o abrigou, virou símbolo na
cidade.
Tal unidade policial-militar
deixou Floresta, no dia 17 de dezembro de 1930. Com o recolhimento do Comando
daquele Batalhão ao Recife, o Sertão perdeu o centro decisório do combate ao
canganceirismo, e Floresta ficou sem a tropa que, além de dar combate ao crime,
já mantinha relacionamento amistoso com civis.
Após a Revolução de 1930, com
combates dentro e fora do edifício, o mesmo é desativado em 1935. O prédio
passou a pertencer, em regime de comodato, à Paróquia de Floresta, que por sua
vez, o cedeu à professora Lindaura Gomes de Sá para instalar no imóvel o
Pensionato da Divina Providência acolhendo moças oriundas de distritos vizinhos
que vinham estudar na sede do Município.
Em 1950 fez-se necessária a
construção de um espaço anexo, perpendicular ao corpo original, destinado a
abrigar as oficinas de tecelagem e corte/costura. Em 1970 “o Pensionato foi
fechado e o edifício permaneceu sem função cerca de vinte anos”.
Já nos anos 90, o edifício abrigou
a Fundação Educadora Lindaura Gomes de Sá, a sede do Grupo de Alcoólicos
Anônimos de Floresta, uma barbearia, um depósito de materiais diversos
pertencentes a um particular, além das famílias e crianças carentes.
Em 2001, após forte chuva, ocorreu
o desmoronamento total da fachada lateral esquerda e parcial das fachadas frontal
e posterior, passando o prédio em 2012, por obras emergenciais financiadas pela
Fundarpe, quando recebeu escoramento e coberta suplementar. (Via: Blog do Elvis/NE10/Com informações
da Secretaria Estadual de Turismo - Setur)
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