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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

6 de setembro de 2018: um dia para entrar na história

A facada sofrida por Bolsonaro há um ano alimenta teorias conspiratórias e ainda provoca efeitos na saúde do presidente e no cenário político

O atentado que quase custou a vida de Jair Bolsonaro há um ano não existiu. O presidente nunca levou uma facada, não teve os intestinos perfurados, não perdeu uma gota de sangue e jamais esteve internado numa unidade de terapia intensiva. O que se supunha ter acontecido naquela tarde de 6 de setembro do ano passado, em Juiz de Fora (MG), jamais aconteceu. 

O ataque ao candidato do PSL foi uma encenação, um golpe para enganar o eleitor, uma manobra planejada por políticos e grandes corporações para interferir no resultado da eleição presidencial. Embora tudo o que está escrito até aqui seja absolutamente falso, tem gente que realmente acredita nas palavras acima.


O deputado Paulo Pimenta, por exemplo. Líder do PT na Câmara, ele não hesita em afirmar que duvida que o hoje presidente da República tenha sido golpeado. “Eu nunca me convenci dessa facada”, diz o petista. Para o parlamentar, o então candidato do PSL precisava ser submetido a uma cirurgia para resolver um problema qualquer no abdômen. Esperto, ele, então, teria forjado o ataque. “O Bolsonaro era visto como um cara arrogante, violento, grosseiro e estúpido. Depois desse episódio, passou a ser a vítima”, justifica Paulo Pimenta. “Pode ter sido um belo golpe.” A tese se sustentaria em uma evidência inquestionável, segundo ele: o fato de Adelio Bispo de Oliveira, o suposto agressor, ter permanecido ileso após atacar o candidato e ser preso. “Veja bem, os apoiadores do Bolsonaro são irados, enlouquecidos. Uma pessoa entra no meio de um comício, dá uma facada e não leva sequer um tapa de ninguém? Não lhe acontece nada? Ao contrário: ela é conduzida à delegacia e protegida?”, questiona.

CALADO – Debates na eleição de 2018: depois do atentado, Bolsonaro permaneceu longe das perguntas inconvenientes (Jefferson Coppola/VEJA)

O deputado destaca ainda um segundo detalhe que apontaria para uma trama armada pela própria família: “Não podemos esquecer que, dois meses antes do crime, Adelio esteve no mesmo clube de tiro frequentado por Carlos e Eduardo Bolsonaro”. E o deputado não está sozinho em seus delírios. Da prisão, seu chefe, o ex-­presidente Lula, reproduz a mesma suspeita: “Aquela facada, pra mim, tem uma coisa muito estranha. Uma facada que não aparece sangue em nenhum momento…”.



Blog: O Povo com a Notícia