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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Bolsonaro contraria consenso científico e diz que isolamento foi inútil contra Covid-19


Contrariando pesquisas científicas e especialistas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (30) que o isolamento social não teve impacto no achatamento da curva de infecção do novo coronavírus.

"Até porque, repetindo: 70% da população vai ser infectada. E, pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo empenho pra achatar a curva praticamente foi inútil. Agora, a consequência disso? O efeito colateral disso? O desemprego", disse o presidente, em sua live semanal.

Bolsonaro, contudo, não apresentou dados que mostrem que não houve benefício pelas medidas de isolamento e contenção adotadas em todo o país. Desde o início da crise, ele vem defendendo o fim do isolamento e minimizando o impacto da Covid-19, que já deixou ao menos 5.901 mortos.

O presidente vem descumprindo as recomendações de distanciamento social e mantido passeios por regiões de comércio e promovido aglomerações. Nesta quinta, o Brasil totalizou 85.380 casos confirmados e ultrapassou a China também em número de pessoas infectadas e é o 10º no ranking. O país asiático tem 83.944 casos confirmados, segundo a Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que monitora a pandemia.

"O povo quer voltar a trabalhar. Todo mundo sabe que quanto mais jovem, menos problema de ter consequência danosa infectado pelo vírus, né? A pessoa abaixo dos 40 anos de idade, dos infectados com alguma outra comorbidade, em torno de 0,2% apenas que o fim é trágico", disse Bolsonaro.

Ainda nesta quinta, o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que uma flexibilização do distanciamento social não deve ocorrer enquanto casos do novo coronavírus estiverem em "franca ascensão".

A flexibilização do distanciamento social é defendida enfaticamente pelo presidente. O assunto foi um dos pontos de tensão entre o presidente e o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta e é constantemente usado pelo chefe do Executivo para criticar prefeitos e governadores.

"A gente tem uma diretriz, a gente tem um ponto de partida, mas algumas coisas são básicas: não dá para você começar uma liberação quando você tem uma curva em franca ascendência", disse. "Neste momento, a gente tem uma definição clara: o distanciamento permanece como a orientação", completou.

Ele voltou a frisar, no entanto, a intenção da pasta em fazer uma diretriz que deve recomendar parâmetros de análise a estados e municípios para o distanciamento social. (Via: Folhapress)

Blog: O Povo com a Notícia