O vice-presidente Hamilton
Mourão avalia que a pandemia do novo coronavírus no Brasil pode se tornar uma
questão de segurança. Em artigo de opinião publicado na edição desta
quinta-feira (14) do jornal O Estado de São Paulo, o Mourão opina que a crise
provocada pela Covid-19 nunca foi, nem poderia ser, questão exclusivamente
tratada por um único “ministério”, “Poder”, “nível de administração” ou “classe
profissional”.
Reforçando críticas
constantemente tecidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Mourão
defende que as medidas de isolamento social adotadas por estados e municípios
para conter a disseminação do vírus foram decretadas de maneira “desordenada”,
paralisando a economia do País e desorganizando o sistema produtivo.
"Enquanto os países mais
importantes do mundo se organizam para enfrentar a pandemia em todas as
frentes, de saúde a produção e consumo, aqui, no Brasil, continuamos entregues
a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e oportunismo", opinou.
Embora pondere que nenhum país do mundo tem solução imediata para a atual
crise, ele acredita que nenhuma nação vem "causando tanto mal a si mesmo como
o Brasil".
"Um estrago institucional
que já vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando
o País ao caos", continua.
Para o vice, a situação atual
pode ser resumida em quatro pontos. São eles: Polarização; "degradação do
conhecimento político por quem deveria usá-lo de maneira responsável";
"usurpação das prerrogativas do Poder Executivo"; e prejuízo à imagem
do Brasil no exterior ocasionada por personalidades que, na avaliação de
Mourão, inconformados o resultado das eleições de 2018", vendem o País
como uma ameaça a si mesmo e aos demais.
O texto critica a ação de
governadores, magistrados e legisladores. Para Mourão, esses agentes
"esquecem que o Brasil não é uma confederação, mas uma federação". O
vice opina que a situação atual é grave, mas não insuperável - desde que haja
"um mínimo de sensibilidade das mais altas autoridades do País".
"Pela maneira desordenada
como foram decretadas as medidas de isolamento social, a economia do País está
paralisada, a ameaça de desorganização do sistema produtivo é real e as maiores
quedas nas exportações brasileiras de janeiro a abril deste ano foram as da
indústria de transformação, automobilística e aeronáutica, as que mais geram
riqueza. Sem falar na catástrofe do desemprego que está no horizonte",
argumenta.
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