Secretário Executivo do Trabalho da gestão Geraldo Julio, Schebna
Machado de Albuquerque, preso, ontem, pela Polícia Federal, por suspeita de
corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos,
ao tempo em que ocupava cargo comissionado no Departamento de Estradas e
Rodagens (DER), recebeu, no mês de abril de 2020, rendimento líquido de R$
7.982,23, pelo cargo comissionado que exerce na Prefeitura do Recife.
A
informação consta no Portal da Transparência da PCR. O cargo é indicação do
deputado federal Sebastião Oliveira,do Centrão, aliado, ao mesmo tempo, do
prefeito Geraldo Júlio, do Governador Paulo Câmara e do presidente Jair
Bolsonaro, a quem indicou o novo diretor geral do DNOCS (Confira em Sebastião
Oliveira, do Centrão e aliado de Paulo Câmara,, indicou novo Direitor Geral do
DNOCS Sebastião
Oliveira, do Centrão e aliado de Paulo Câmara, indicou novo Direitor Geral do
DNOCS.
A Polícia Federal encontrou várias folhas de cheques preenchidas por
terceiros em nome de Schebna, durante as buscas e apreensões em seu
apartamento, ainda na primeira fase da Operação Outline que, segundo o próprio
investigado, estariam em sua residência porque "costuma emprestar
dinheiro, pelo qual cobra juros compatíveis com o de mercado financeiro".
No entanto, a Polícia Federal desconfia que esses cheques seriam oriundos de
outras atividades ilícitas, além da agiotagem confessada por Schebna, como, por
exemplo, pagamentos de propinas ou "rachadinhas" de parlamentares do
grupo político integrado por Schebna, que é apontado pela Polícia Federal, como
o operador financeiro do esquema, uma espécie de "Queiroz" do grupo
criminoso (Confira em Outline: PF
mirou em propinas em obras e acertou em "rachadinha" de
"autoridades com foro privilegiado". Esquema apareceu nas conversas
interceptadas pela Operação ).
O investigado tem um flat, em seu nome, em Gravatá, no Condomínio Monte
Carlo, que alega ter vendido ao outro preso pela operação, Silvano Queiroga. Esse
flat foi, inclusive, alvo de mandado de sequestro na operação Outline. À
Polícia Federal, Schebna confessou guardar nada menos que R$ 1,4 milhão, em
dinheiro, que, segundo ele, seria fruto de agiotagem e de salários acumulados
durante 34 anos de servidor público, além de trabalhar como contador, fazendo o
imposto de renda de Sebastião Oliveira, dentre outros.
Na decisão que ordenou as prisões, o juiz Cesar Arthur, da 13ª Vara
Federal, em Pernambuco, destacou que "Em que pese o investigado ter
confessado que a origem do seu patrimônio acumulado é a 'agiotagem',
suspeita-se que seja oriunda também de outras atividades ilícitas, visto não
parecer crível a tese de que todos os cheques encontrados na residência do
investigado estejam relacionados com a alegada prática de empréstimos de
dinheiro a juros."
Segundo o juiz, foram encontrados dois cheques de uma empresa de São
Paulo, a LV Segurança Privada, que tem capital social de R$ 428 mil, na
residência de Schebna. Esses cheques estavam nominais a Schebna, totalizando R$
20 mil. Para o juiz é, "no mínimo estranha, a obtenção de empréstimos de
R$ 20.000,00, nos moldes referidos, seja pelo valor, seja pela natureza da
operação financeira (agiotagem), ou mesmo pelo fato da empresa ter sede em
outro estado da federação."
"Quanto ao investigado SHEBNA MACHADO, além da suposta participação
na ocultação de bem de propriedade de SILVANO QUEIROGA, nos moldes já narrados,
observou-se que, igualmente, obteve relevante acréscimo patrimonial, o que pode
estar relacionado, também, com supostos desvios de recursos durante a sua
gestão junto ao Departamento Estadual de Estradas e Rodagens", aponta o
magistrado em sua decisão.
Sobre Schebna, escreveu o juiz: "Por conseguinte, segundo o DPF,
SCHEBNA MACHADO atua como operador financeiro do pretenso esquema delituoso,
consoante revelado pelo controle das finanças do órgão ao qual esteve
vinculado, transações financeiras com pessoas para fins, em tese, ilícios, além
da participação em suposto esquema criminoso diverso, evidenciado no curso da
inesvtigação". Note-se que no curso do inquérito, a Polícia Federal acabou
por se deparar com outro esquema criminoso no qual Schebna, hoje secretário do
Prefeito Geraldo Júlio, faria parte, diverso daquele investigado no DER, provavelmente,
as chamadas "rachadinhas".
O secretário executivo do Trabalho da PCR, ali colocado por Geraldo
Julio, por indicação do neobolsonarista Sebastião Oliveira, é investigado por
corrupção passiva, peculato, falsificação de documentos e ocultação de bens e
lavagem de capitais.
Tentamos contato com a Prefeitura do Recife, por e-mail à sua
assessoria, mas até a publicação da matéria não houve retorno.
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