Dava-se de barato, mesmo quando a pandemia, este ano, atingiu seu pico, que o presidente Jair Bolsonaro tinha vaga assegurada no segundo turno das eleições do ano que vem. Não se dá mais.
Acontece
que ele virou a maior ameaça à democracia desde fim da ditadura militar de 64,
a recuperação econômica travou, a inflação cresceu e as reformas do Estado
foram para o beleléu.
A dois
dias do ensaio do golpe que ele só não aplicará se lhe faltar apoio para tanto,
Bolsonaro voltou a falar em “ruptura institucional”, que ele nega desejar, mas
que admite ser possível.
Possível
se o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral não se renderem à sua vontade, ou se a
hemorragia de votos que ele sofre não for estancada.
A
tensão em Brasília aumenta. O Exército entrará de prontidão a partir de amanhã.
Será mais por cautela. Não tem planos para intervir se violência e sangue
mancharem o dia 7 de setembro.
A tarefa caberá às polícias militares, parte delas
infiltradas por bolsonaristas. Os chefes militares têm canais abertos com as
secretarias de segurança pública e os governadores.
Foi
montado um esquema especial de proteção aos presidentes da Câmara dos Deputados
e do Senado, bem como ao ministro Luiz Fux, presidente do Supremo. Poucos sabem
onde eles estarão.
Especial
cuidado haverá com os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso,
alvos preferenciais da retórica belicosa de Bolsonaro e da fúria dos seus
devotos mais radicais.
Para
prevenir-se de futuros processos, Bolsonaro diz que participará das manifestações
como convidado, quando de fato ele é o seu promotor. Tudo foi articulado
diretamente por ele.
O
objetivo é indisfarçável: intimidar seus adversários, mostrar-se forte no seu
momento de maior fraqueza e produzir imagens que, devidamente editadas, serão
usadas como propaganda.
Como ele
mesmo disse:
“O
retrato que queremos nesse dia não é meu, não é de nenhum político, é o retrato
de vocês que será usado naquela velha máxima, uma imagem vale mais que 1 milhão
de palavras.”
A sorte
de Bolsonaro está lançada. (Via: Metrópoles - Blog do Noblat)
Blog: O Povo com a Notícia