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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Suspeito de liderar esquema de fraudes em concursos no Nordeste é morto a tiros em JP

José Marcelino da Silva, de 30 anos, morto em João Pessoa na noite da terça-feira (14), era um dos suspeitos de liderar um esquema de fraudes em concursos públicos na Paraíba e em outros estados do Nordeste. Ele chegou a ser preso por meio Operação Gabarito, no ano de 2017. Na época, já respondia em liberdade pelo mesmo crime, sendo que cometido em 2014.

A vítima era alagoana, mas morava na capital paraibana. O crime aconteceu na avenida Hilton Souto Maior, enquanto ele dirigia um carro. Dois homens em uma moto teriam se aproximado do veículo e um deles efetuou cinco disparos. A vítima estava sozinha dentro do automóvel quando foi atingida.

O carro que José Marcelino dirigia foi emprestado por uma mulher, segundo informou o delegado Rodolfo Santa Cruz. Ele não informou qual era o vínculo dela com a vítima, mas disse que ela já foi ouvida pela polícia, embora ainda não tenha lido o depoimento.

Também conforme o delegado, ainda não é possível afirmar se há alguma relação da morte de José Marcelino com os crimes de fraudes em concursos cometidos por ele anos atrás.

Ainda de acordo com o G1 PB, Rodolfo preferiu, ainda, não comentar sobre as linhas de investigação seguidas pela polícia, para que as investigações não sejam atrapalhadas. Por fim, ele reforçou que a dupla suspeita de cometer o crime ainda não foi identificada.

Como o esquema fraudava concursos

As fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.

O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas.

“Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explicou o delegado Lucas Sá.

Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais.

“São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse.

Blog: O Povo com a Notícia