O debate na Globo, realizado entre estas quinta-feira (29) e sexta-feira (30), foi marcado, mais uma vez, por duelos entre os presidenciáveis, especialmente pelos dois que vem liderando as pesquisas ao Palácio do Planalto, respectivamente: Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
O primeiro bloco foi quente, onde chamou a atenção a baixaria entre o petista e o liberal, com diversos direitos de resposta sendo pedidos e concedidos pela direção do debate na TV Globo.
O primeiro momento chave foi o presidente Jair Bolsonaro ter desobedecido o apresentador William Bonner e atacar ao vivo a Vênus Platinada. A crítica veio durante uma dobradinha com o Padre Kelmon (PTB), que faz o papel de linha auxiliar dos bolsonaristas na campanha.
"Acabei com a mamata da Globo", alfinetou o chefe do Executivo Federal durante o programa. Antes de encerrar a fala, Bolsonaro se recusou a deixar o púlpito, desobedecendo a ordem do mediador William Bonner para que ele deixasse o palco (veja vídeo abaixo).
Após um novo pedido do jornalista, Bolsonaro deixou o local provocando o ex-presidente Lula (PT). Minutos depois, Bonner pediu que os candidatos mantivessem o nível no programa.
Na sequência, o liberal votou a atacar o Consórcio do Nordeste durante um direito de resposta, acusando os governadores da região de terem desviado recursos que seriam destinados a compra de respiradores para combate a pandemia de covid-19.
Lula (PT) reagiu, pedindo a Bolsonaro para parar de mentir e mandou um aviso ao liberal (confira vídeo abaixo): "Vou acabar com seu sigilo de 100 anos. No primeiro dia do meu governo, vou fazer um decreto para acabr com isso, saber o que você esconde", disparou.
Na vez de Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro fez até um citação envolvendo Geddel Vieira Lima e o cantor Caetano Veloso, ao dizer que Lula tem recebido por diversas celebridades como uma forma de “conluio”.
“Se nós pegarmos artistas, cientistas, todo mundo passando pano e juntando Caetano com Geddel, pra juntar dois baianos, esse país está mergulhado num conchavo absolutamente mortal”, disse o postulante pelo PDT (veja vídeo abaixo).
Além de Bolsonaro x Lula, chamou a atenção o embate entre os candidatos Soraya Thronicke (UB) e Padre Kelmon (PTB). Ela cutucou o sacerdote por defender o governo Bolsonaro e o questionou sobre as ações do petebista durante a pandemia de covid-19.
“Bem se vê que depois do auxílio emergencial o senhor arrumou emprego de cabo eleitoral de Bolsonaro". Com a polêmica formada, e o padre ofendido, dizendo que Soraya não o respeitava como sacerdote, foi a vez de mais um pedido de resposta ser feito, desta vez pela senadora, mas ele foi negado.
Outro momento de discussão entre os dois foi quando Soraya chamou Padre Kelmon de "Padre de festa junina" e que o petebista não tem qualquer tipo de proposta.
Provocação e reação
No segundo bloco, um dos embates ocorreu entre Felipe D'Ávila (Novo) e Lula (PT). Ao perguntar ao petista sobre os escândalos de corrupção e que estariam trazendo problemas a Lei de Cotas, o professor recebeu a resposta do ex-presidente.
"Acho que você pedir desculpas ao povo brasileiro", afirmou Felipe D'Ávila. Lula reagiu: "Pessoas como o senhor, que não experiência com a máquina pública, e querem se aventurar na política, não tem como dar certo. O povo quer que eu volte", afirmou Lula.
Além disso, em investida contra a Simone Tebet (MDB), quando foi questionado por ela sobre as mudanças climáticas e ter sido chamado de o "pior presidente do Brasil", o presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou para alfinetar a adversária.
Segundo o liberal, existia uma “briga de narrativas porque o nosso agronegócio é cobiçado e a senhora está com muito ciúmes da Tereza Cristina [ministra da Agricultura] que tirou sua vaga no senado”.
A emedebista respondeu: “Impressionante. Mente tanto que acredita na própria mentira”, disse a candidata.
Bonner entra em ação
No terceiro bloco, quando os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, foi preciso que o apresentador William Bonner entrasse em ação para acalmar os ânimos entre Padre Kelmon (PTB) e Lula (PT).
Em um determinado momento, o apresentador do Jornal Nacional precisou chamar a atenção do petebista, quando insistentemente interrompia o momento de fala do petista.
O apresentador parou a contagem do tempo e disse: “Candidato Kelmon, eu não consigo entender. Eu já falei algumas vezes. O senhor compreendeu que tem regras no debate, o senhor concordou com elas, basta cumpri-las. Quando o seu adversário está falando é só o senhor aguardar, o senhor via ter direito a réplica. Por favor, em respeito ao público”, pediu Bonner (veja vídeo abaixo).
Outro alvo do jornalista foi o presidente Jair Bolsonaro (PL) que recebeu uma cortada ao pedir um direito de resposta sem ter sido citado em um confronto entre Simone Tebet (MDB) e Felipe D'Ávila (Novo). "O senhor nem foi citado, candidato", respondeu Bonner, em tom de ironia (confira vídeo abaixo).
"Gosta de cargos"
No quarto bloco, um confronto entre Jair Bolsonaro (PL) e Soraya Thronicke (UB) foi o destaque após o liberal revelar que a senadora gosta de cargos, deitar e rolar.
A fala veio após Soraya perguntar ao presidente se ele iria respeitar o resultado das eleições, caso fosse derrotado. Na rebatida, segundo o chefe do Executivo, a parlamentar constava uma lista de pedidos de cargos feitos Governo Federal.
“A senhora gosta de cargos, deitar e rolar. Como a senhora não conseguiu, a senhora praticamente virou uma inimiga nossa”, disse o presidente da República. Em seguida, a senadora respondeu, afirmando que sim, Bolsonaro teria sim dado dois cargos a ela, incluindo um no Ibama.
Depois, Bolsonaro disse que Soraya não tinha nem motivos para estar ali, e afirmou que ela estaria “fazendo papel de laranja pra alguém”, o que gerou um pedido de resposta para a senadora.
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