Cleber dos Santos da Silva, mais conhecido como Keu, preso nesta semana pela Polícia Civil baiana durante uma operação na cidade de São Paulo, era um CEO do tráfico de drogas no bairro Arenoso, em Salvador, e em cidades do Recôncavo Baiano. Gerenciava muito bem seus negócios ilícitos e investia o dinheiro que conseguia com a criminalidade em empreendimentos espalhados pela quinta maior favela do Brasil, a Paraisópolis.
Foi na comunidade da capital paulista que ele caiu na teia da Polícia. Keu se mudou para lá em 2020 para fugir, mais uma vez, do radar das autoridades baianas, após um relaxamento de pena o colocar para fora das grades. Em 2018, o traficante baiano foi preso, também na cidade de São Paulo, no bairro nobre do Morumbi, onde dividia apartamento com outro criminoso: o seu conterrâneo Edson Silva Santana, o Jegue.
À época, Keu estava se preparando para subir ao altar, mas antes de chegar à igreja, onde diria uma “sim” para sua amada, foi surpreendido pelos agentes policiais. No mesmo dia, seu comparsa Jegue também foi capturado. Os dois baianos haviam se mudado para São Paulo em 2012, depois de fugirem do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde cumpriam pena por tráfico de drogas.
Quando foi pego nesta semana em Paraisópolis, Keu, que foi obrigado a abandonar a noiva no altar em 2018, enfrentava uma crise no casamento e estava a um passo do divórcio. A prisão aconteceu em via pública, quando ele caminhava em direção à residência da companheira.
Prisão
O traficante estava vivendo em uma área com cerca de 100 mil habitantes. Entrar em uma região tão populosa e com grande influência de lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) era tarefa difícil para os policiais, conforme revelou um investigador da Polícia Civil. Keu sabia disso e, em raras exceções, deixava a comunidade paulista. No dia em que foi preso, no entanto, ele se arriscou em deixar a favela, dando a chance para que os policiais efetuassem a sua prisão.
O criminoso foi apontado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) como o “homem mais procurado” pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Isso porque, além de ser um integrante do “Baralho do Crime”, ele estaria por trás de ataques recentes que aconteceram na capital baiana, como em Tancredo Neves, Arenoso e Pernambués. No ataque de Tancredo Neves, sete adultos e três crianças foram baleadas durante uma festa de aniversário. Todas as vítimas sobreviveram.
De acordo com o delegado da Narcóticos, Alexandre Narita, Keu seria o “mentor intelectual" de um grupo que atacou as agências bancárias de Ipirá, no centro-norte do estado, em 2018, e em Muritiba, no Recôncavo Baiano, em 2022.
“Todo o aparato dele era comando de São Paulo, mais especificamente em Paraisópolis. Nossas investigações apontaram que ele tinha ligações diretas com ataques em Salvador, uma rixa entre dois grupos criminosos. Estamos tomando algumas medidas judiciais de busca e apreensão em imóveis relacionados ao Keu. Depois desse cumprimento, nós vamos esperar os trâmites legais para trazê-lo a Salvador”, disse Narita em entrevista coletiva na quarta-feira (17).
Até a quarta, o traficante baiano estava na carceragem do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), através do 34° Distrito São Paulo. Ele deve ser recambiado para a Bahia pelos policiais do Draco e da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter).
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