O corpo jurídico do PSDB afirmou nesta sexta-feira (24) que o Partido dos Trabalhadores poderá ser extinto caso seja comprovada a obtenção de recursos de procedência estrangeira. Em nota enviada à imprensa, a sigla cita trecho da reportagem da revista Veja que chegou às bancas nesta sexta-feira (24).
“É necessário apurar se a repatriação de recursos financeiros do exterior se concretizou, ainda que por meio de outro operador, pois, caso se confirme o ingresso de R$ 20 milhões de recursos ilegais em benefício da campanha de Dilma Rousseff, restará caracterizado o abuso de poder econômico nestas eleições. Além disso, a obtenção de recursos de procedência estrangeira por partido político poderá levar à extinção do Partido dos Trabalhadores”, defendeu, em nota enviada à imprensa.
A revista Veja divulgou reportagem em que cita trechos do depoimento prestado pelo doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato e de sua delação premiada, acordada entre a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF).
Dentre as informações citadas pelo doleiro, há graves cusações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atual presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT) tinham pleno conhecimento das irregularidades ocorridas na Petrobras, dentre as quais o desvio de recursos da empresa, o pagamento de propinas que, segundo o delator, era feita a mando do PT para parlamentares de sua base aliada e o superfaturamento de obras para viabilizar tais desvios.
Além disso, são mencionadas operações milionárias ilegais feitas a pedido do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o que revela a relação direta das operações criminosas investigadas com as ações do partido em benefício de seus maiores expoentes, Lula e Dilma.
Conforme narrado pelo doleiro e de acordo com a reportagem da revista de maior circulação no país, um dos fatos mais graves diz respeito ao contato de um dos coordenadores da campanha à reeleição de Dilma com Youssef, requerendo a repatriação de R$ 20 milhões que se encontravam em uma das contas do PT no exterior e que teria como destino a campanha presidencial do partido.
Ainda segundo Youssef, ele era o operador das contas correntes mantidas pelo PT no exterior, sendo o responsável por seu abastecimento - com parte de recursos desviados da Petrobras, por exemplo - e por sua operação. Ainda de acordo com a Veja, tal operação não teria sido concluída por Youssef única e exclusivamente porque foi preso antes de concluir a operação.
“Tais fatos são por si só graves e indicam, caso confirmados, o cometimento de diversos crimes pelos dirigentes do PT. Lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98, Art. 1º: Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal); Corrupção passiva (Código Penal, artigo 317); Corrupção ativa (Código Penal, artigo 333); Peculato (Código Penal, art. 312); Prevaricação (Código Penal, art. 319); Crimes contra a ordem econômica tipificados na Lei nº 8.137/90, decorrentes da ocultação de contas e valores no exterior”, aponta os advogados.
Ainda
"Vale dizer que, ao se confirmar que todas as infrações narradas pelo doleiro ocorriam com o conhecimento dos Srs. Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, há que se realizar um aprofundamento das investigações para verificar a sua participação nos ilícitos, seja como partícipes, co-autores ou beneficiários. Importante ressaltar que, de qualquer forma, há responsabilidade criminal a ser perquirida", defendeu.
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