Nas eleições de 2012 o então
prefeito João da Costa que tinha o direito de disputar a reeleição foi obrigado
a um desumano processo de prévias, mesmo assim saiu-se vitorioso do processo
com expressiva aprovação contra Maurício Rands, que era o nome ungido por
Humberto Costa para substituí-lo. Apesar de vencer as prévias, João da Costa
não levou a candidatura, ficando a critério do diretório nacional dar a palavra
final sobre o destino do PT, que rasgando as prévias, indicou Humberto Costa
como candidato do partido.
Humberto foi lançado como candidato tendo João Paulo como seu vice,
enquanto Eduardo Campos decidiu lançar Geraldo Julio, após assistir de camarote
a confusão do PT. Resultado: Geraldo saiu vitorioso no primeiro turno, tendo o
então desconhecido Daniel Coelho em segundo lugar do pouco relevante PSDB na
capital pernambucana. Humberto acabou ficando em terceiro lugar com menos de
18% dos votos válidos.
Após aquele episódio, o PT perdeu mais duas eleições em Pernambuco, sendo
a de governador e senador em 2014 e a de prefeito do Recife em 2016. Em 2018
estava se reconstruindo com a pré-candidatura de Marília Arraes que estava
empatada tecnicamente com o governador Paulo Câmara nas últimas pesquisas
divulgadas. A ida de Marília para o segundo turno era algo completamente factível,
pois ela caiu nas graças da população.
O PT mais uma vez decidiu anteontem, por 17 votos a 8, que realizaria uma
aliança com o PSB no estado, prejudicando a postulação legítima de Marília
Arraes. Ontem o partido em Pernambuco demonstrou que queria Marília, quando 230
dos 251 delegados, 91,63% dos votos, optaram pela candidatura própria. Apesar
da decisão do Grupo Tático Eleitoral ser majoritariamente a favor de Marília, o
diretório nacional optará pela aliança com o PSB, pois foi assinada uma
resolução que dava poderes ao diretório nacional deliberar sobre o destino do
partido em Pernambuco.
Os fatos evidenciam que novamente os desejos da local e da nacional são
completamente conflitantes, como em 2012. Naquela ocasião não terminou bem para
o PT. É pouco provável que depois de toda esta lambança Humberto Costa saia
ileso e com o mandato de senador renovado sem sustos na chapa de Paulo Câmara,
pois inexoravelmente a confusão do partido seguirá contaminando o processo
eleitoral, levando problemas para o palanque de Paulo Câmara. Agora, verdade
seja dita, tudo que foi feito pelo PT na retirada de Marília teve a digital do
ex-presidente Lula, que de dentro da prisão segue mandando e desmandando no
destino do partido em todo o Brasil. (Via: Coluna do Edmar Lyra)
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