Isolado na corrida presidencial,
Ciro Gomes, candidato do PDT, afirmou que sabia "bastante bem" que
"era o cabra marcado para morrer". "Trabalham juntos, para me
isolar, o PMDB, do Temer, o PSDB, do Alckmin, e o PT, do Lula", disse. Com
críticas à legenda do ex-presidente, preso em Curitiba desde abril, Ciro foi o
terceiro entrevistado do Central das Eleições, programa da GloboNews, nesta
quarta (1º).
"A burocracia do PT não está pensando no país. Eles simplesmente não
querem que eu seja o candidato que vá representar uma renovação do pensamento
progressista brasileiro. Mas eu não sei se eles vão conseguir porque eles têm
ai um negócio muito maravilhoso, que é o povo", disse Ciro, que reiterou
ter apoiado Lula nos últimos 16 anos —"não faltei nenhum dia".
Pouco antes da entrevista, as cúpulas do PT e PSB decidiram sacrificar
candidaturas estaduais em nome de um pacto nacional que levará ao isolamento de
Ciro. Em meados de julho, após longo tempo de indefinição, a cúpula do centrão,
então dividida entre apoiar o PSDB e o PDT, decidiu-se pelo candidato
tucano.
No programa, Ciro afirmou que acredita ser injusta a condenação de Lula,
mas que também considera o comportamento do PT "hostil a sorte do povo
brasileiro".
"Virou baderna. Baderna, não, virou religião. Agora, o companheiro
Stédile [líder do MST] chamou seis camaradas para fazer greve de fome. Vai lá,
companheiro, morrer ai. Na minha opinião, isso não é política, é caudilhismo do
mais barato", afirmou.
Nesta terça-feira (31), manifestantes que pedem a libertação do
ex-presidente Lula anunciaram o início de uma greve de fome em ato no STF
(Supremo Tribunal Federal). Após lerem um manifesto, seis ativistas foram
retirados da frente do prédio por seguranças da corte.
Durante a entrevista, Ciro também se defendeu das críticas ao seu estilo
verborrágico, mas admitiu que a postura pode prejudicá-lo. Questionado se o
estilo teria criado uma.
"Eu não sou candidato a madre superior do Brasil, eu sou candidato a
presidente do Brasil", disse após insistentes perguntas sobre seu
temperamento. (Via: Folhapress)
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