Pais
e responsáveis por crianças de 1 ano a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29
dias) devem levá-las ao posto de vacinação mais próximo para serem imunizadas
contra sarampo e poliomielite, a partir desta segunda até 31 de agosto, em todo
o Brasil. Mesmo as já vacinadas estão sendo convocadas para doses de reforço
contra essas duas graves doenças contagiosas, já que o sarampo tem registro de
surtos no Amazonas e em Roraima e a polio está com baixos índices de
imunização. Somente no Recife, são 170 postos em funcionamento, de segunda a
sexta-feira, das 8h às 17h. O Dia D será em 18 de agosto.
A meta é atingir, no mínimo, 95% das crianças nessa faixa etária. São
mais de 11,2 milhões meninos e meninas no Brasil, 544.180 em Pernambuco e
80.028 no Recife. “O trânsito de pessoas entre Estados e países intensifica o
risco da reintrodução desses vírus. Além disso, estamos vivenciando um período
de baixa cobertura vacinal em todo o Brasil”, afirma a coordenadora do Programa
Estadual de Imunização, Ana Catarina de Melo.
No País, há 822 casos de sarampo confirmados e cinco
óbitos, só no Amazonas e Roraima. Ainda há casos identificados
nos estados de Rio de Janeiro (14), Rio Grande do Sul (13), Pará (2), Rondônia
(1) e São Paulo (1). O Ministério da Saúde relaciona o reaparecimento da doença
às baixas coberturas e a presença de venezuelanos no País, comprovado pelo
genótipo do vírus (D8) identificado, que é o mesmo em circulação na Venezuela.
NO RECIFE
Após quatro
anos sem registro, a capital pernambucana também investiga possíveis casos
de sarampo na Zona Sul. Exames de um homem de 27 anos (que esteve em Manaus) e
de sua sobrinha, de 2, deram resultado “sugestivo da doença” e
serão encaminhados nesta segunda à Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro
(Fiocruz-RJ), para confirmação. Outras três pessoas ligadas ao homem estão
sendo monitoradas. “O exame é muito sensível e pode ter dado falso-positivo,
então vamos tirar uma contraprova, mas todas as providências necessárias, do
ponto de vista de saúde pública, estão sendo adotadas”, salienta o secretário
de saúde do Recife, Jailson Correia.
O gestor
explica que a campanha nacional é focada nas crianças de 1 a menores de 5 anos
porque elas são as mais vulneráveis. “Além de adoecer primeiro elas têm maior
taxa de complicações. Também funcionam como uma barreira, é o chamado
efeito-rebanho (pois lançam o vírus vacinal no ambiente), por isso a
prioridade”, esclarece.
QUEM VACINAR
Crianças que
nunca foram vacinadas contra pólio deverão receber uma dose da vacina injetável
e as que já tomaram a injetável receberão a vacina oral (gotinha). Já as que
não foram imunizadas pela tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) devem
receber uma dose e agendar a próxima. Se já foram vacinadas há mais de 30 dias
devem receber reforço.
Quem não se
vacinou nessa idade e tem até 29 anos precisa tomar duas doses. E de 30 a 49,
uma dose. Mas não são alvo da campanha, pois as vacinas fazem parte do calendário
e estão disponíveis durante todo o ano. Já adultos residentes em Manaus e
Roraima também são considerados prioridade e devem se dirigir aos postos da
cidade em que estiverem.
Embora não
haja registro de polio no País desde 1990, Afeganistão e Paquistão já
confirmaram casos este ano e o vírus também ainda circula na Nigéria. Por isso,
não se pode descuidar. Conforme o MS, em 2011 a cobertura da vacina contra a
poliomielite no País era de 101,3% e caiu para 78,4% em 2017. No caso da
primeira dose da vacina contra o sarampo, passou de 102,3% (2011) para 85,2%
(2017). A segunda dose passou de 92,8% (2014) para 69,9% (2017). Ao todo,
<TB>R$ 160,7 milhões são investidos na campanha, que distribuirá 28,3
milhões de doses das vacinas.
AS DOENÇAS
A poliomielite
é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de
paralisia flácida, de início súbito. A transmissão ocorre por contato direto
pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos,
alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via
oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou
espirrar). O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989 e desde
1990, não são registrados casos da doença, que é grave e foi responsável por
danos irreversíveis para milhares de crianças no mundo.
Já o sarampo
é uma doença infecciosa exantemática (manifestações na pele) aguda,
transmissível e extremamente contagiosa, podendo evoluir com complicações e
óbito, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de
idade. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções
respiratórias, no período de quatro a seis dias antes do aparecimento do
exantema até quatro dias após. (Via: Jc Online)
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