O pós-Natal trouxe consigo uma
informação que pode mudar completamente a correlação de forças na Frente
Popular. É que o governador Paulo Câmara, dizem aliados em reserva, teria se
decidido por não convocar nenhum deputado federal para seu secretariado. A
decisão joga um balde de água fria em diversas forças políticas do estado, que
contavam com um cenário de até quatro federais no primeiro escalão, abrindo as
vagas dos suplentes. A decisão, ressaltam as fontes, não se aplica aos
deputados estaduais.
De cara, a não convocação de deputados federais confirma uma notícia
antecipada pela coluna de que João Campos, eleito com a maior votação da
história, vai mesmo ficar em Brasília exercendo o mandato. O filho de Eduardo,
inclusive, será um representante do PSB de Pernambuco com mais presença na
cúpula do partido. Sem mandato a partir de janeiro, os governadores Márcio
França (São Paulo) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal) podem virar
empecilhos na hegemonia do estado no comando partidário.
Outro que deve ficar na capital federal é Felipe de Carreras, que,
afastado do núcleo governista em Pernambuco, está sendo procurado para voltar
ao ninho – restaria saber se o parlamentar manterá o espaço do seu grupo no
governo. Quem ficará de fora nessas condições é Milton Coelho, ex-secretário de
Administração e primeiro suplente da coligação. O socialista, contudo, deve ser
aproveitado no governo.
Opção do PT para a nova Secretaria de Desenvolvimento Agrário, o atual
presidente da CUT, Carlos Veras, já estava até fazendo elogios ao governador em
entrevistas. Veras era um dos generais de Marília Arraes na pré-campanha da
vereadora ao Campo das Princesas. Sua ida para o governo era vista como uma
forma de “matar dois coelhos com uma só cajadada”, porque abriria espaço em
Brasília para o primeiro suplente do PT, Odacy Amorim, ao mesmo tempo em que o
afastaria de Marília. Com isso, o indicado do PT para a pasta deve ser mesmo o
estadual eleito Doriel Barros, da Fetape, que assegurará vaga na Alepe para o
ex-prefeito João da Costa e na Câmara do Recife para Oscar Barreto.
Outro que sonhava acordado com a convocação de um deputado eleito da sua
chapa – PP, PR e SD – era Kaio Maniçoba, também primeiro suplente. Kaio, que
foi secretário de Habitação de Paulo, teria articulado a vaga de vice na chapa
de Armando Monteiro, fechando as portas no governo. Por fim, ainda havia a
possibilidade de Sebastião Oliveira, da mesma coligação, voltar ao primeiro
escalão estadual. Como perdeu o comando do PR, o parlamentar deve ter seu
espaço reduzido no governo. (Por Arthur Cunha - Via Blog do Magno Martins)
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