A polícia interceptou nesta última quarta-feira (12) um plano de milicianos que pretendiam matar o deputado
estadual Marcelo Freixo (PSOL), eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro
neste ano, durante um evento em Campo Grande, bairro da zona oeste da capital
fluminense.
O atentado ocorreria na manhã deste sábado (15), quando o parlamentar se
reuniria com professores da rede particular e militantes no sindicato da
categoria (Sinpro) para apresentar o partido e debater sobre a conjuntura
política do país e do estado, atividade que foi divulgada em suas redes
sociais.
O evento foi cancelado após a equipe de Freixo receber, na tarde desta
quarta, um comunicado do setor de inteligência da Secretaria de Segurança
Pública informando que três milicianos, entre eles um policial militar,
pretendiam assassiná-lo naquele bairro. Também receberam o alerta policiais
civis, militares e o Ministério Público estadual.
As informações vieram por meio do Disque Denúncia, serviço de denúncias
anônimas do estado. O caso foi revelado pelo jornal O Globo, segundo o qual os
suspeitos estariam ligados também ao controle de operações ilegais da máfia de
caça-níqueis e do jogo do bicho.
De acordo com a equipe do político, por enquanto não há qualquer indício
de relação do episódio com os assassinatos de Marielle Franco (PSOL), que já
foi assessora e era amiga de Freixo, e seu motorista Anderson Gomes. A região
das ameaças, porém, é reduto de milícias, que segundo o secretário de Segurança
do Rio, general Richard Nunes, "com toda certeza" estão envolvidas na
morte da vereadora.
Freixo presidiu a CPI das Milícias na Alerj (Assembleia Legislativa do
estado) há dez anos e, desde então, passou a receber diversas ameaças de morte
e a contar com proteção policial. No relatório final da comissão, ele pediu o
indiciamento de mais de 200 políticos, policiais, agentes penitenciários,
bombeiros e civis e listou medidas a serem tomadas para enfrentar esses grupos.
"Milicianos continuam assassinando, ameaçando autoridades,
tiranizando milhares de pessoas abandonadas pelo Estado nas regiões mais pobres
do Rio", publicou o deputado em suas redes sociais nesta quinta ao
comentar a nova ameaça. "Freixo é deputado federal eleito. Por isso, não
se trata apenas de uma ameaça pessoal, é mais do que isso. Trata-se de uma
ameaça à democracia", escreveu. (Via: Folhapress)
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