O presidente Jair Bolsonaro
ironizou nesta segunda (20) acusações sobre o uso de candidatas laranja por seu
partido, o PSL, nas eleições de 2018. Em discurso no Rio, ele disse "até
gostaria" de ser dono de um laranjal, já que laranja é um produto
rentável.
"No Rio de Janeiro, as três candidatas laranja recebeu [sic], cada
uma, R$ 1,8 mil para pagar o contador e não coloca na prestação de contas. Aí
eu sou dono do laranjal no Rio de Janeiro. Até gostaria que fosse, a laranja é
um produto rendoso", afirmou o presidente.
Revelado pela Folha de S.Paulo, o esquema de candidaturas laranjas do PSL
é alvo de investigações pelo Ministério Público e pela Polícia Federal em Minas
Gerais e Pernambuco e envolve um dos ministros de Bolsonaro, Marcelo Álvaro
Antônio (Turismo). O caso também ajudou a precipitar a primeira demissão no
alto escalão do governo, a de Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da
Presidência).
Em fevereiro, a Folha de S.Paulo publicou reportagem mostrando que
dinheiro do fundo eleitoral entregue a 33 candidatas do PSL no estado
beneficiou empresa de uma ex-assessora de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e parentes
de outra colaboradora do agora senador.
Uma das beneficiadas é a contadora Alessandra Ferreira de Oliveira,
primeira-tesoureira do PSL-RJ, partido presidido pelo senador, filho do
presidente Jair Bolsonaro. Sua empresa, a Ale Solução e Eventos) recebeu R$
55,3 mil a partir de pagamentos de 42 candidatos do PSL no Rio.
Outros beneficiados foram dois parentes de Valdenice de Oliveira Meliga,
tesoureira do diretório estadual do PSL. Oliveira e Meliga foram também
assessoras do senador Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro).
Oliveira e Valdenice tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados a
pedido do Ministério Público Federal em processo que investiga movimentações
financeiras entre assessores de Flávio Bolsonaro.
O presidente da República tocou no assunto quando falava a empresários na
Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). Em discurso, disse que o
problema brasileiro é a classe política e convocou o prefeito e o governador do
Rio, Marcelo Crivella (PRB) e Wilson Witzel (PSC), a ajudar a "mudar
isso".
Logo depois, voltou-se aos empresários prometendo "não criar
dificuldades para vender facilidades". Ele citou que seu partido pegou
apenas R$ 9 milhões dos R$ 1,6 bilhão do fundo eleitoral e que preferiu não
usar recursos públicos em sua própria campanha. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia