O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu
nesta terça-feira dia (25), a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, sair da prisão e
aguardar em liberdade até a conclusão do julgamento do processo em que o
petista acusa o ex-juiz federal Sergio Moro de condená-lo com parcialidade no
caso do triplex do Guarujá.
Ou seja: mesmo sem devolver a vista do caso da parcialidade de Moro,
Gilmar propôs que Lula aguardasse em liberdade até a Segunda Turma julgar
definitivamente a questão.
"Diante das razões que eu expus, e do congestionamento da pauta,
havia indicado o adiamento. Tem razão o nobre advogado (de Lula) quando alega o
alongamento desse período de prisão diante da sentença e condenação confirmada
em segundo grau. Como temos toda a ordem de trabalho organizada, o que eu
proponho é de fato conceder uma medida para que o paciente aguardasse em
liberdade a nossa deliberação completa. Encaminharia nesse sentido, se a o
colegiado assim entendesse", disse Gilmar Mendes na sessão.
A sessão da Segunda Turma é acompanhada por parlamentares do Partido dos
Trabalhadores, que desembarcaram em peso no Supremo. Estão presentes os
senadores Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA) e Humberto Costa (PT-PE),
entre outros.
STJ
Antes de julgar a proposta de Gilmar Mendes, a Segunda Turma do STF deve
discutir um outro habeas corpus de Lula. Nesse segundo caso, a defesa do
petista contesta decisão individual do ministro Felix Fischer, do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que negou individualmente um recurso do petista
contra sua condenação no caso do triplex do Guarujá.
No entanto, a Quinta Turma do STJ - em decisão colegiada e unânime - fez
"ajustes" na decisão de Fischer e confirmou depois a condenação do
ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso, mas reduziu
a pena do petista de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias
de reclusão.
O julgamento desse recurso de Lula começou no plenário virtual da Corte,
mas foi interrompido por um pedido de destaque do ministro Gilmar Mendes, o que
trouxe o caso para a sessão presencial da turma. (Via: Folhapress)
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