O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara
da Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), absolveu nesta quarta-feira (14) Adélio Bispo de Oliveira,
autor do ataque a faca contra o então candidato à
Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) durante a
campanha eleitoral do ano passado. A decisão foi proferida após o processo
criminal que considerou Adélio inimputável por transtorno mental.
Na decisão, o magistrado decidiu também que Adélio Bispo deveria ficar
internado em um manicômio judiciário por tempo indeterminado. No entanto,
diante da periculosidade do acusado, ele permanecerá no presídio federal de
Campo Grande, onde está preso desde o atentado.
Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio enquanto fazia campanha na cidade
mineira, no dia 6 de setembro do ano passado.
No mês passado, após a realização de laudos periciais oficiais, o juiz concluiu que Adélio é inimputável, ou
seja, de acordo com as leis penais, não pode ser responsabilizado criminalmente
por seus atos. De acordo com a perícia, o acusado é portador de transtorno
delirante persistente.
“Todos os profissionais médicos psiquiatras que atuaram no feito, tanto
os peritos oficiais como os assistentes técnicos das partes, foram uníssonos em
concluir ser o réu portador de transtorno delirante persistente. Quanto à
avaliação sobre a capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato e a
capacidade de determinação do acusado, suas conclusões oscilaram entre a
inimputabilidade e a semi-imputabilidade”, diz a decisão.
Conforme denúncia feita pelo MPF e aceita pela
Justiça, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir
no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na
disputa presidencial.
De acordo com o procurador autor da denúncia, Adélio Bispo planejou o
ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa.
A defesa de Adélio afirma que ele agiu sozinho e
que o ataque foi apenas “fruto de uma mente atormentada e possivelmente
desequilibrada” por conta de um problema mental.
Bolsonaro
diz que vai recorrer
Bolsonaro disse que vai recorrer da decisão. “Estou tomando as
providências jurídicas do que posso fazer para recorrer. Normalmente o MP
[Ministério Público] pode recorrer também, vou entrar em contato com o meu
advogado”, afirmou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta tarde.
Bolsonaro disse ainda que tem convicção de que Adélio foi contratado
para o assassinar e que, se preciso, vai pagar para que seja feita uma nova
avaliação psicológica no acusado. “Eu tenho a causa pessoal, eu tenho que me
defender. E custa caro isso aí, um outro lado custa caro. Vou tomar
providências”, ressaltou. “É um crime contra um candidato a presidente da
República que atualmente tem mandato e devemos ir às últimas consequências.” (Via: Agência Brasil)
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