A Caixa Econômica Federal vê
necessidades de tomar medidas operacionais para liberar os saques do
FGTS. Os ajustes, que incluiriam ampliação do atendimento aos clientes,
levariam um mês para ficarem prontos, segundo o presidente da Caixa, Pedro
Guimarães. Ele afirma que podem ser necessárias, por exemplo, abrir salas de
atendimentos em agências pelo país.
Segundo o dirigente, a flexibilização dos saques deve fazer com que as
retiradas se prolonguem por meses e levar até um ano. "É uma questão
normal, são 100 milhões de pessoas. Vai demorar", disse ao jornal Folha de
S.Paulo. Guimarães, no entanto, diz que a necessidade de ajustes é natural e
fácil de ser contornada pelo banco. "Não é nada demais", afirmou.
A expectativa é que as medidas das novas regras de saques fossem
anunciadas nesta quinta-feira (18), mas o governo adiou para semana que vem,
após forte pressão do setor da construção civil, preocupado com a perda de
recursos para o financiamento da construção por meio do FGTS.
Em 2017, os saques liberados durante o governo Temer foram vistos como um
desafio pela Caixa. O banco viu a medida como a maior operação de transferência
financeira dos últimos anos no Brasil. Na época, o pagamento das contas
contemplou 25,9 milhões de trabalhadores e injetou R$ 44,4 bilhões na economia.
Ao fim de 2017 (último balanço disponível), o FGTS tinha 99,7 milhões de
contas ativas e 154 milhões de contas inativas. As contas ativas tinham um
total de R$ 360 bilhões e as inativas, R$ 20 bilhões.
As necessidades operacionais foram apontadas por integrantes do ministério
da Economia como um dos motivos para o adiamento do anúncio da flexibilização
dos saques. Nos bastidores, membros do governo também citam a necessidade de
apresentar os números ao setor da construção civil, que teme falta de
financiamento para a habitação.
De qualquer forma, o governo ainda não fechou o pacote. Segundo fontes da
equipe econômica, há basicamente duas propostas elaboradas pela pasta e a
decisão ficará com o presidente Jair Bolsonaro.
A primeira delas libera saques tanto para contas ativas como para
inativas, sempre no aniversário da pessoa. A flexibilização será escalonada de
acordo com o montante guardado. Quem tem menos vai poder sacar um percentual
maior.
Nesse caso, a ideia é que o trabalhador possa sacar um percentual do FGTS
todo ano. Dessa forma, o governo tenta evitar situações em que empregados
chegam a acordos com patrões para serem demitidos e receberem os recursos.
A segunda proposta, mais simples, é flexibilizar os saques apenas para as
contas inativas, e apenas uma vez (a exemplo do que ocorreu no governo Temer). (Via: Folhapress)
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