O governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu
ontem (17), com prefeitos do Agreste de Pernambuco para apresentar orientações
sobre o surto de Covid-19. O estado deve redistribuir um recurso de R$ 19
milhões, liberado pelo governo federal, para as administrações municipais em
Pernambuco. O valor deve ser condicionado às cidades apresentarem um plano de
contingência do vírus.
Nos
bastidores do Palácio Campo das Princesas, onde a reunião aconteceu, o que se
comentava era o baixo valor liberado. Em 2010, segundo o Censo, Pernambuco
tinha 8,7 milhões de habitantes. Se o dinheiro destinado fosse distribuído na
época, resultaria, em valores aproximados, em R$ 2,19 para cada pessoa. Para a
reunião de ontem, o governo do estado convocou os gestores dos 71 municípios da
região. Cerca de 60 estiveram presentes.
O
prefeito Hélio dos Terrenos (PTB), de Belo Jardim, primeira cidade da região
com caso registrado de coronavírus, não compareceu à reunião. Na ocasião, Paulo
Câmara apresentou o objetivo de contenção do vírus por meio de medidas “não
farmacológicas”, como o controle de circulação de pessoas. De acordo com a
prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), o governador anunciou 50 novos leitos
no Hospital Mestre Vitalino para fortalecer a rede local. “As estimativas
indicam em todo o mundo que 20% da população afetada pelo vírus vai precisar de
internação hospitalar, precisamos fortalecer isso. Temos apenas 81 leitos de
UTI e cerca de 170 respiradores”, disse Lyra.
Segundo
a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o governo recomendou aos
hospitais a suspensão das cirurgias eletivas ou seja, sem emergência. Os planos
de contingência devem considerar realidade econômica e social das cidades do
interior, caso a caso, e apresentados ao governo do estado para a destinação
dos recursos. “Ainda há padres, pastores, fazendo celebrações e cultos com
muita gente. Isso vai exigir de todos nós mais controle e fiscalização”, disse
José Patriota.
A
Amupe também sugeriu que pacientes que usam transporte intermunicipal para
exames e consultas sem urgência devem reavaliar a vinda para hospitais no
Recife. As prefeituras também estudam rescindir contratos com funcionários
terceirizados para cortar gastos durante a crise do Covid-19.
Outra
medida analisada pela gestão estadual é o cadastro de trabalhadores autônomos
em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
Blog: O Povo com a Notícia