A deputada federal Carla Zambelli
(PSL/foto) afirmou na noite desta sexta-feira estar “magoada e decepcionada”
com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pelo vazamento de mensagens entre os
dois, referentes à troca da diretoria-geral da Polícia Federal. Em uma
transmissão ao vivo no Facebook, ela questionou o ex-juiz se a divulgação ao
Jornal Nacional, da TV Globo, foi “só trairagem ou crime também”.
“Como
uma pessoa tira print de uma conversa… eu sou deputada e ele é ministro. Ele
vazou conversa com presidente. Não se faz isso com as pessoas, é particular
entre eu e ele. Ele tinha mandado [judicial] pra vazar assim? Será só trairagem
ou crime também?”, reclamou.
As
conversas de celular foram transmitidas no Jornal Nacional e mostram a
parlamentar pedindo a Moro que aceitasse o nome de Alexandre Ramagem, diretor
da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), como substituto de Maurício
Valeixo no comando da Polícia Federal. Com isso, evitaria a demissão. Nas
mensagens, Zambelli, que tem o ex-magistrado como padrinho de casamento, tenta
convencê-lo a não deixar o cargo, com a oferta de que poderia ocupar uma
cadeira de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em
resposta, Moro disse que não estava “à venda”. “Quando ele escreveu assim para
mim, eu vi que tinha um coisa estranha. Porque em momento nenhum ofereci
dinheiro pra ele”, justificou. A deputada repudiou a divulgação dos diálogos e
disse que, do modo como foi divulgado, pareceu que ela estava fazendo algo
ilícito.
“O
que ele quis dizer ali? Não posso prometer uma vaga no STF, o que quis dizer
foi ‘posso te ajudar, seu lugar é no STF’”, explicou. E completou: “Falou como
se eu tivesse feito algo ilícito. Achei maligno. É uma pena porque tenho grande
admiração pelo trabalho dele”.
A
deputada ressaltou ainda que, apesar da saída de Moro no governo do presidente
da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ela não deixará de apoiar o chefe
do Executivo. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça retirar o apoio ao
Bolsonaro”.
“O
fato do Moro sair não muda nada. O Moro vai passar. Vai chegar daqui 10, 20
dias, vai dar aula em algum lugar e a gente vai continuar fechado com
Bolsonaro”.
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