O governo de Pernambuco autorizou, nesta quinta (09) a redução para 60 dias do período de aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19. A permissão é exclusiva para as cidades que tiverem doses estocadas para a segunda aplicação, segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo.
As informações foram repassadas durante entrevista
coletiva concedida, nesta quinta, no Palácio do Campo das Princesas, sede do
governo do estado, no Centro do Recife.
A bula da Pfizer, aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), prevê que o intervalo entre as duas doses seja
de 21 a 90 dias.
Em Pernambuco, até então, o esquema adotado era de
três meses entre as aplicações, seguindo orientação do Ministério da Saúde.
Em 25 de agosto, o Ministério da Saúde anunciou
que, a partir de setembro, o intervalo entre as doses da Pfizer e da
AstraZeneca poderia ser reduzido de 12 para 8 semanas.
“Os
municípios estão autorizados a diminuir, para os que tem estoque de Pfizer
específico para segunda dose. Nosso comitê técnico estadual referendou essa
decisão e não há porque aguardar mais 90 dias. Isso é para ampliar o número de
pessoas com esquema vacinal completo, principalmente nesse momento de
circulação da variante delta no país”, afirmou André Longo.
André Longo afirmou, ainda,
que há um déficit de insumos utilizados para diluir a vacina da Pfizer. Esse imunizante
foi produzido como uma espécie de pó, que precisa ser diluído antes de ser
aplicado. Esse material precisa ser enviado aos estados pelo Ministério da
Saúde, mas os envios têm sido irregulares.
“O Ministério
da Saúde tem atrasado envio do diluente, insumo necessário para aplicação das
doses. O envio é obrigação do Ministério da Saúde e tem sido problema
recorrente", declarou.
Ainda de
acordo com Longo, em Pernambuco, o déficit é de de 38 mil frascos, o que seria
suficiente para aplicar 228 mil doses. "
A última
entrega foi em 19 de agosto, há 21 dias. O estado tem feito grande esforço para
garantir esse insumo, mas essa situação não devia ocorrer”, declarou o
secretário.
Em Olinda, a
prefeitura anunciou, nesta quinta, que vai reduzir o prazo de aplicação da
segunda dose da Pfizer.
AstraZeneca
Na sexta-feira (03), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que vai
ficar duas semanas sem entregar doses
de AstraZeneca para o Ministério da Saúde, devido a um
atraso na entrega do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).
O IFA é o
componente usado para fabricar a vacina. O composto é importado da China.
A paralisação
temporária da entrega pode prejudicar quem está para completar o ciclo vacinal.
Em São Paulo, por exemplo, mais da metade das Unidades Básicas de Saúde foi
afetada pela escassez desse imunizante.
Em Pernambuco,
segundo o secretário de saúde, a orientação da Comissão Intergestores Bipartite
(CIB) é de estocar as segundas doses para evitar que, por falta de envio de
doses por parte da União, quem iniciou o ciclo vacinal possa finalizá-lo
corretamente.
No entanto,
segundo ele, existe um temor de que faltem doses caso a situação persista por
muito tempo. Nesse caso, a vacina da Pfizer pode ser utilizada para completar o
esquema vacinal de quem tomou AstraZeneca.
Segundo o representante de
Pernambuco da Sociedade Brasileira de Imunizações, Eduardo Jorge da Fonseca
Lima, esquemas heterólogos de vacinação, utilizando imunizantes de diferentes
fabricantes, tiveram resultados positivos.
“Se acaso isso
acontecer e perdurar, poderemos sim intercambiar com a vacina da Pfizer com
total respaldo dos estudos”, declarou.
Covid em Pernambuco
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) contabilizou, nesta
quinta-feira (9), mais 264 casos de Covid-19 e 12
mortes provocadas pela doença.
Com isso, o
estado totalizou 611.739 pessoas que tiveram resultado positivo para o novo
coronavírus e 19.497 óbitos de pacientes com a doença. (Via: G1 PE)
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