O presente que seria entregue a ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro - joias avaliadas em R$ 16,5 milhões -, pelo governo da Arábia Saudita, já haviam sido oferecidas, em outro momento, a outra ocupante do posto, há 20 anos, quando Lula (PT) ainda estava no primeiro ano do seu primeiro mandato como presidente.
Conforme revelado nesta sexta-feira (3), pelo jornal Estado de S.Paulo, o ex-ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro (PL), Bento Albuquerque, desembarcou no Brasil com o mimo, mas que acabou apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os objetos estavam em uma mochila do então assessor, Marcos André dos Santos Soeiro.
Ao saber da situação, Albuquerque retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando, neste momento, que se trataria de um presente pessoal dos sauditas para Michelle Bolsonaro.
As peças seriam um colar, anel, relógio e marca de brincos de diamantes. Também havia um certificado de autenticidade da marca Chopard. As joias foram dadas à comitiva brasileira em outubro de 2021, quando Bolsonaro fez viagem oficial para a Arábia Saudita.
Já em dezembro de 2003, a então primeira-dama do país, Marisa Letícia Lula da Silva - falecida em 2017 - acompanhou a comitiva presidencial em uma viagem aos Emirados Árabes e também recebeu um conjunto completo de jóias de ouro, com brincos, colar, pulseira e anel por parte da Rainha Fátima.
No entanto, Marisa teve uma reação considerada "inusitada": ela decidiu abrir mão das jóias, pois sabia que não ficaria com elas. Mas, de acordo com a Folha de S.Paulo, não poderia recusar o presente porque, além de ser um gesto mal-educado, poderia criar um incidente diplomático. Os regalos, à época, foram doados ao programa Fome Zero.
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