O candidato da Frente Popular ao Governo do Estado, Paulo Câmara (PSB), foi o principal alvo dos candidatos da coligação Pernambuco Vai Mais Longe, Armando Monteiro Neto (PTB), e do PSOL, Zé Gomes, no início do debate entre os postulantes ao Palácio do Campos das Princesas, promovido pela TV Globo, na noite desta terça-feira. O terceiro encontro televisivo entre eles, esse foi de longe o mais tenso confronto.
Das seis perguntas do primeiro bloco, quatro foram direcionadas ao socialista. As outras duas perguntas, feitas por Câmara, uma foi direcionada a Zé Gomes e outra a Armando Neto.
Logo na sua primeira indagação, Armando buscou colar o seu nome ao da presidente Dilma, que vem subindo nas pesquisas, e carimbar o socialista como um candidato de padrinho, que faz uso abusivo do da imagem do ex-governador Eduardo Campos e que só “traz o discurso decorado de sempre”.
Em sua resposta, Câmara disse que Armando se guia pelas pesquisas, e que mudou de posições ao longo da campanha, elogiando Eduardo Campos quando ele estava em alta, e a presidente Dilma agora. E aproveito para atacar o Governo Federal. “Dilma parou o Brasil, fez a inflação voltar. Por isso, apoiamos Marina para o Brasil voltar a andar.”
Nos confrontos entre o socialista e o petebista, disparos duros de lado a lado. Armando, em suas colocações, afirmou que o adversário “você não demonstrou cuidado com os servidores quando era secretário”, “você não tem lastro, nem estatura para governar”; “(sem Eduardo) você ficou com um time sem maestro e sem técnico”. E seguiu: “você fez carreira na burocracia, sendo indicado por contraparente”; e “o povo sabe que você faz demagogia (em relação aos reajustes de salário”.
Câmara também respondeu na mesma moeda: “Só quem não tem experiência em gestão pública fala dessa forma (em relação à política do servidor”; “na questão empresarial administrou muito mal as empresas”; “você é amigo de (José) Sarney, de (Fernando) Collor, Renan (Calheiros)”; e “não farei a política de conchavo”.
No fim do primeiro bloco, Zé Gomes trouxe ao debate a questão dos direitos da população LGBT, perguntando ao candidato do PSB de ele era favorável à criminalização da homofobia e a união civil entre pessoas do mesmo tempo. Tema espinhoso para qualquer político em campanha, o socialista deu uma resposta genérica. Provocado pelo psolista, Câmara disse que a questão da criminalização da homofobia é uma questão que o Congresso precisa debater, mas que o Pacto pela Vida trata do assunto. Quanto à união entre pessoas do mesmo sexo, afirmou que a lei já estabelece a união estável e que, quando secretário, tratou da questão da pensão para os companheiros.
Segundo bloco
No segundo bloco Paulo Câmara continuou como alvo dos adversários. Ele tentou justificar as ações do governo do Estado nos últimos sete ano através dos temas levantados pela organização do debate.
O candidato Zé Gomes criticou as intervenções urbanas para a área do transporte público do governo estadual. Por sua vez, Câmara disse que iria “priorizar a navegabilidade do Rio Capibaribe e estimular as ciclovias”. Já Armando criticou a PPP da Compesa. Para o petebista, a parceria público-privada é elitista e só tem alcance das áreas urbanizadas. Em defesa, o socialista prometeu sanear pelo menos 80% dos municípios.
Outros temas como educação, drogas e saúde foram discutidas no bloco. As questões do Pacto Pela Vida e das escolas de tempo integral foram questionados pelos candidatos da oposição. Paulo Câmara defendeu o legado do atual governo e prometeu melhorar os setores. (Folha PE)
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