Exigir contribuição de empresas
na capitalização, como quer o relator do texto da reforma da Previdência,
deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), vai gerar o desemprego entre jovens, afirmou
nesta terça-feira (4) o ministro Paulo Guedes na Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara.
Guedes foi convocado a explicar aos membros da comissão os impactos
financeiros e econômicos da reforma da Previdência.
“Pode botar [encargo sobre as empresas], mas começa a ter desemprego entre
os jovens também”, afirmou o ministro.
Moreira defende que o empregador também pague para a aposentadoria do
trabalhador no novo regime previdenciário, no qual cada um é responsável por
fazer a própria poupança. A reforma enviada pelo presidente Jair Bolsonaro
prevê a possibilidade de contribuição patronal, mas não há a obrigação para o
pagamento desses recursos.
Para o relator, somente com a parte do empregado, há risco de o
trabalhador não poupar o suficiente para a aposentadoria.
Na opinião do ministro, se a capitalização for aprovada sem a previsão de
contribuição patronal, haverá uma forte geração de emprego entre jovens.
Guedes também falou sobre as prioridades do governo após a aprovação da
reforma da Previdência. Segundo ele, será feito um esforço para encaminhar, via
Senado, o pacto federativo para rever o papel da União, enquanto a Câmara foca
na reforma tributária.
“É a maior ferramenta que o Congresso tem para redesenhar o Brasil”,
afirmou o ministro, que criticou a concentração de recursos, atribuições e
poderes na União durante a ditadura militar. Como resultado, disse, o dinheiro
está com “superministros rodando em Brasília.”
O ministro qualificou o pacto como a oportunidade para a classe política
assumir o protagonismo perante a opinião pública, antes das eleições do próximo
ano. “Eu quero descentralizar os recursos, é uma boa bandeira para a classe
política assumir o protagonismo. Hoje esse dinheiro ou está calibrado ou está
nas mãos de ministros.”
Guedes disse que, nas próximas quatro semanas, é possível que o governo
anuncie um acordo comercial com a Argentina. O ministro também espera avanços
nas negociações entre Mercosul e União Europeia, cujas conversas se arrastam há
cerca de duas décadas.
“Nós quando entramos dissemos que não queríamos ficar só conversando.
Alguém que conversa 20 anos com você e não faz nada não quer fazer negócio”,
afirmou o ministro, que disse ter sido “relativamente duro” tanto com a
Argentina quanto com a União Europeia
Numa tentativa de apresentar um projeto para a economia do país, o ministro ressaltou que planeja acelerar as privatizações, além de evitar novas contratações no serviço público. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia