Você sabia que durante 75 dias,
quatro estados nordestinos – Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do
Norte, se juntaram em uma única nação chamada Pernambuco? Pois é! Esse é o
resultado da Revolução Pernambucana, que eclodiu em 6 de março de 1817, fazendo
com que o estado se tornasse uma república independente do resto do Brasil
colonial.
Em 6 de março de 1817 a então capitania de Pernambuco se revoltou e
declarou independência do resto do Brasil rompendo com o governo da família
real portuguesa.
O movimento social pernambucano tinha como objetivo principal a conquista
da independência do Brasil em relação a Portugal. Queriam implantar um regime
republicano no Brasil e elaborar uma Constituição.
Dentre as principais causas que levaram à revolução, estava a insatisfação
popular com a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Isto porque, além da
grande quantidade de portugueses nos cargos públicos, havia uma insatisfação
com a quantidade de impostos e tributos criados por D. João VI, desde a sua
chegada.
Outro motivo de insatisfação dos pernambucanos, era a influência dos
ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas
políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa,
“liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano,
principalmente entre os maçons.
A grande crise econômica se abateu sobre a região, além de fome e miséria,
que foram intensificadas com a seca que atingiu a região em 1816, também ajudou
a formar o movimento libertário.
Como aconteceu – Chegou aos ouvidos do
então governador, Caetano Pinto, denúncia de que uma rebelião estava prestes a
eclodir. Reunido com o Conselho Militar da Capitania, formado por oficiais
portugueses graduados, foi dada a ordem para prender os líderes
revolucionários. Os primeiros detidos foram os comerciantes Domingos Martins e
Antônio da Cruz Cabugá, além do padre João Ribeiro Montenegro.
Entretanto, quando chegou a vez dos militares o quadro mudou. A faísca que
faltava para acender a revolução surgiu no Forte das Cinco Pontas. Ao dar ordem
de prisão aos rebeldes, o brigadeiro português Manoel Barbosa foi morto pelo
capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, que em seguida – após os oficiais
portugueses fugirem do local – uniu a tropa e libertou os aprisionados.
O extremismo do ato fez o movimento restrito a espaços secretos ganhar as
ruas. O governador Caetano Pinto acabou fugindo do Palácio e se abrigou no
Forte do Brum, de onde foi expulso. Começava então os 75 dias em que quatro
estados nordestinos (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), se
juntaram em uma única nação chamada Pernambuco.
A revolta é também conhecida como Revolução dos Padres. Na época, a
maçonaria uniu forças com o clero católico esclarecido. Ambos lutavam pela
liberdade de pensamento, pelos direitos de cidadania e por uma imprensa livre.
A bandeira do estado, ostentada por muitos pernambucanos com orgulho, é a
mesma utilizada pelos revolucionários. Ela foi adotada pelo então governador,
Manoel Borba, em 1917.
Fim da Revolta – Preocupado com a
possibilidade de ampliação da revolta para outras províncias, D. João VI
organizou uma forte repressão militar contra os rebeldes de Pernambuco. As
tropas oficiais cercaram Recife. Os embates duraram 75 dias, resultando na
derrota dos revoltosos. Os líderes foram presos e condenados à morte.
O feriado – A Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe), instituiu o feriado estadual da Data Magna, celebrado em 6
de março, relembra o estopim da Revolução Pernambucana de 1817.
De acordo com a Alepe, a Lei nº 16.059, de 8 de junho de 2017 estabelece
que o Poder Público realize, em todo dia 6 de março, hasteamento solene da
bandeira de Pernambuco no Palácio do Governo e colocação de flores no Monumento
aos Revolucionários, que fica na praça da República, no bairro de Santo
Antônio, na área central do Recife. A data ainda prevê a realização anual de
Reunião Solene na Assembleia para entrega da Medalha do Mérito Democrático e
Popular Frei Caneca.
Segundo o professor George Cabral, em entrevista ao G1 no ano de 2017, a
República de Pernambuco, deixa um legado para os dias atuais. “As coisas que
eram defendidas em 1817 ainda são defendidas hoje. Era um projeto de nação
muito bem pensado, muito avançado para a época. Era um país com liberdade de
consciência, culto, imprensa, além de uma preocupação muito grande com a
transparência e legalidade das ações do governo. Tudo isso ficou registrado no
projeto de Lei Orgânica.”
Nota do editor – Acho que está na hora dos
pernambucanos fazerem uma nova revolução. Mas desta vez sem armas, brigas e
mortes. Essa revolução pode ser feita silenciosamente. Nas urnas. O povo
precisa se unir em torno de um bem comum, de melhores condições de vida. Se
libertar dessa escravidão eleitoral que os domina com a promessa de cargos
públicos e ou com ameaças de perde-los. Lutar por um estado que respeite a sua
vontade, que aplique bem os impostos pagos em prol do contribuinte e não a
favor de poucos que se banqueteiam com o suor do povo trabalhador. Acho não.
Tenho certeza! (Por André Luis – Com informações de História do Brasil.net, Folha PE e
G1)
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