Mais de 450 anos de história. Uma história de união, pertencimento, luta e muito sofrimento. Tanto sofrimento que justificam as lágrimas e o desespero de Rose Meire dos Santos Silva, a mulher que subiu no palco da Concha Acústica durante a noite da última quinta-feira (12), em evento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinara a promulgação da Lei Paulo Gustavo.
Rose Meire é uma das principais lideranças do Quilombo Rio dos Macacos, comunidade que trava uma luta por direito a terra e uso compartilhado do rio que corta o Quilombo. De acordo com a Fiocruz, o território ocupado pelo quilombo é ocupado há mais de 200 anos, abrigando 450 famílias - que vivem em situação de vulnerabilidade social.
O Quilombo fica entre Salvador e Simões Filho e, hoje, o principal acesso é pela Vila Naval da Barragem, que fica próxima a São Tomé de Paripe. A comunidade fica a cerca de 3,5 km da entrada da barragem.
"A comunidade Quilombolo Rio dos Macacos atualmente vem enfrentando diversas dificuldades, como a falta de políticas públicas: saneamento básico, estrada, moradia, educação, iluminação públicas, e água encanada/potável", diz o documento dado por Rose Meire a Lula. Desesperada, ela se ajoelhou aos pés do presidente da República.
Em 2020, foi assinada, na sede da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), a titulação das terras do Quilombo Rio dos Macacos após uma luta que iniciou em meados dos anos 1970.
Confira abaixo o documento completo entregue pela liderança a Lula.
