O retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil completa 2 meses nesta segunda-feira (29). Ele passou três meses nos Estados Unidos depois do fim de seu mandato e não conseguiu se reeleger nas eleições do ano passado.
Desde que voltou, Bolsonaro se tornou alvo de uma série de processos na justiça como: o caso das joias sauditas, uma suspeita de incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele ainda responde a 16 ações que podem torná-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que lhe renderam uma série de visitas à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento.
O primeiro ocorreu a menos de uma semana de seu retorno. No dia 5 de abril, Bolsonaro depôs no inquérito que investiga as jóias recebidas de presente da Arábia Saudita, apreendidas no aeroporto de Campinas e que foram incorporadas ao acervo pessoal do ex-presidente ilegalmente.
No dia 14 de abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que Bolsonaro concedesse outro depoimento à PF, desta vez no inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro. O ex-presidente é suspeito de ser intelectual dos ataques antidemocráticos.
O depoimento aconteceu no dia 26 de abril, na sede da Polícia Federal, em Brasília. Na oportunidade, Bolsonaro foi questionado sobre um vídeo que postou em suas redes sociais no dia 10 de janeiro. Nas imagens, publicadas depois dos atos golpistas, o ex-presidente questiona a higidez das urnas eletrônicas e endossava as narrativas de fraude na contabilização dos votos.
No depoimento, Bolsonaro disse que postou o vídeo “sem seu real interesse em publicá-lo”. Ele disse que havia passado por tratamento com morfina, em um hospital dos Estados Unidos, e que a postagem foi feita por engano.
Uma semana depois, Bolsonaro voltou a ser alvo da PF. Dessa vez, a Polícia Federal prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro, e outro de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em Brasília. As ordens foram cumpridas no âmbito da chamada Operação Venire, que investiga um grupo acusado pelos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Entre os cartões adulterados está o de Bolsonaro e da filha, Laura.
O ex-presidente optou não depor naquele dia sob a justificativa de que a sua defesa ainda não tinha tido acesso aos autos do processo. Porém, ele concedeu uma entrevista para um canal de televisão, em que garante não ter cometido fraudes.
O depoimento só aconteceu no dia 16 de maio. Na ocasião, Bolsonaro disse que não sabia quem inseriu os dados falsos e nunca falou com Mauro Cid sobre o esquema.
Apesar disso, o ex-presidente também tem motivos para comemorar. Ele vem ostentando uma vida de luxo na capital federal.
No mesmo dia de seu retorno, Bolsonaro se reuniu com aliados na sede do PL para o seu futuro na política. Segundo a coluna de Guilherme Amado no site Metrópoles, Bolsonaro passou a receber até R$ 100 mil por mês entre aposentadorias e o salário que recebe depois de assumir o cargo de presidente de honra do PL.
Como presidente de honra do PL, Bolsonaro recebe R$ 41,6 mil, valor máximo do serviço público, recebido por ministros do STF. A legislação do Brasil não prevê pensão especial para ex-presidentes, mas ele recebe aposentadorias pagas pela Câmara e pelo Exército que, juntas, chegam a R$ 42 mil por mês, segundo o próprio Bolsonaro.
Além disso, o ex-presidente mora com Michelle, a filha e a enteada em uma mansão em Brasília. O imóvel conta com 400 metros de área construída e aluguel de R$ 12 mil. (Via: Agência Brasil)
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