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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Cubanos abandonam ´Mais Médicos´ reclamando de falta de pagamento

Alegando que não receberam o salário de março, os médicos cubanos Raul Vargas, de 51 anos, e Okanis Borrego, de 29, abandonaram o Programa Mais Médicos nesta segunda-feira. Assim como fez a também cubana Ramona Rodriguez, que desistiu do programa em fevereiro, eles reclamam que o pagamento feito aos cubanos é mais baixo do que o dos profissionais de outras nacionalidades e que o contrato assinado com o governo da ilha impõe restrições à sua liberdade.

Vargas e Okanis contam com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), que oferece ajuda a quem quer desistir do programa, para estudar para o Revalida, exame que permite a validação do seu diploma, e arrumar um emprego como médicos de assistência básica no Brasil. O exame deve ser marcado para outubro. Até lá, a AMB se comprometeu a ajudá-los a procurar um emprego que não seja na área médica.

— Ninguém foi obrigado a vir ao Brasil. Mas muitos médicos cubanos queriam vir pra cá. Na minha opinião é o país mais desenvolvido da América Latina - disse Vargas. - Mas quando chegamos, ninguém sabia que ganharíamos menos que os outros médicos do programa. Foi a Ramona que abriu nossos olhos.

Os médicos cubanos fizeram pedido de refúgio na Polícia Federal (PF) e no Conselho Nacional de Refugiados (Conare), o que garante que os eles não sejam deportados ao longo de um ano, segundo o diretor jurídico da AMB, Carlos Michaelis Jr..

Em entrevista coletiva organizada pela AMB na manhã desta terça em São Paulo, os cubanos contaram que souberam que o governo brasileiro contrataria profissionais estrangeiros em novembro de 2012. Eles embarcaram para o país um ano depois. Após passar 21 dias em Brasília, foram enviados para Senador José Porfirio, no interior do Pará.

— A AMB nunca disse que não quer médicos estrangeiros. Defendemos que qualquer médico pode trabalhar no Brasil desde que faça a revalidação do diploma - afirmou o presidente da AMB, Florentino Cardoso. - Do jeito que está, eles se sentem em um regime análogo à escravidão, sem direito de ir e vir e falar o que pensa como nós brasileiros. (O Globo)

Blog: O Povo com a Notícia