O candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos informou, nessa sexta-feira, que o PSB impetrou uma ação na justiça eleitoral contra o governo Dilma Rousseff, pela substituição de César Borges por Paulo Sérgio Passos, ambos do PR, no Ministério dos Transportes, realizada esta semana. No entendimento de Campos e dos socialistas, a troca de nomes foi uma manobra explícita para garantir o apoio do PR na chapa de Dilma e garantir mais tempo na campanha de TV da presidente.
— A troca de um ministério por tempo de TV não foi feita de forma escondida. Foi pública. Foi mostrada na TV. Nós entramos com a ação na Justiça para apurar aquilo que é fácil provar. Não podemos ser cúmplices do fisiologismo e da barganha — disse Campos.
O candidato do PSB prestou a declaração durante a convenção que homologou a candidatura de José Filho (PMDB) ao governo do Piauí, e a reeleição de Wilson Martins (PSB) ao Senado, e reuniu cerca de 15 mil pessoas. O socialista chegou ao local quase duas horas depois do candidato do PSBD Aécio Neves ter visitado a convenção, que reuniu PMDB, PSB, PSDB e outros 16 partidos.
Ainda sobre as alianças formalizadas nos últimos dias, Campos utilizou do velho ditado “antes só do que mal acompanhado”, e disse não estar isolado na disputa à Presidência. Para o candidato, em um Brasil de muitas desigualdades, se testemunha a troca de cargos públicos por tempo de TV para propaganda eleitoral. O socialista afirmou que prefere ter 2 minutos no horário de rádio e TV, mas “ter a liberdade de fazer um governo que vai ao encontro do que o povo quer” e “não vender sua alma ao diabo”. O presidenciável disse ainda que, nos últimos 20 anos, PT e o PSDB têm governado o Brasil “mal cercados das mesmas forças que estão colocando o pé em duas canoas”, referindo-se às candidaturas de Dilma e Aécio.
Em seu discurso, Campos afirmou que a sua campanha pretende unir o Nordeste para o Brasil ter um governo que “cuide das pessoas”:
— Chegou a hora do Brasil ser mudado, mas essa mudança precisa preservar as conquistas que já tivemos como o programa “Bolsa Família”, “Minha Casa, Minha Vida”, “ProUni” e “Pronaf”. Tudo isso a gente tem que cuidar com o máximo de atenção — disse.
O candidato socialista voltou a salientar que o país precisa fazer a economia crescer, que as prefeituras precisam “ser salvas das quebradeiras”, e é preciso mais cuidado com o sistema elétrico brasileiro. Para Campos, após o processo de redemocratização brasileira, o governo Dilma é o primeiro a “entregar o país pior do que recebeu”.
— (O governo Dilma) parou a sua economia e fez crescer a corrupção no país. A gente tem que deixar bastante claro que as coisas boas foram conquistas. Eu e a Marina fomos o início de Lula e participamos da construção desses projetos. Não adianta agora fazer terrorismo dizendo que vai se perder isso ou aquilo se efetivamente os eleitores não votarem neles. É uma atitude de desespero — afirmou Campos. (O Globo)
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