Em um movimento inesperado, o
ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse estar disposto a conversar com o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem tem trocado ao longo dos
últimos 13 meses ameaças que elevaram o temor global de um conflito nuclear.
O americano, por sua vez, aceitou o encontro, informou a Casa Branca. A
expectativa é que a reunião ocorra até o fim de maio. O local ainda não está
definido.
A notícia foi dada nesta quinta (08) pelo diretor de segurança nacional da
Coreia do Sul, Chung Eui-young, que esteve com Kim nesta semana, em
Pyongyang.
"Kim expressou ávido interesse de encontrar o presidente Trump assim
que possível", declarou Chung, em entrevista na Casa Branca, em
Washington, para onde viajou poucas horas depois de voltar da Coreia do Norte.
O objetivo da reunião, segundo a delegação de Seul, é debater a
erradicação permanente dos programas nucleares na península Coreana.
"Encontro em planejamento!", afirmou Trump na noite desta quinta
(8). "Grande progresso, mas as sanções [contra o regime de Kim]
continuarão ativas até que um acordo seja obtido."
O aceno ocorre depois de um ano de elevada tensão, em que Kim realizou uma
série de testes com mísseis balísticos e bombas atômicas e afirmou ter um botão
nuclear ao alcance das mãos — ao que Trump, que costumava chamá-lo de "o
homem do foguete", respondeu ter um botão "maior e mais
poderoso".
Desde o início de 2018, porém, o ditador norte-coreano retomou o diálogo.
O país enviou uma delegação de atletas e diplomatas para a Olimpíada de
inverno na Coreia do Sul, em fevereiro e, na semana passada, Kim recebeu uma
comitiva sul-coreana em Pyongyang para debater a suspensão do programa
nuclear.
Segundo Chung, Kim deixou claro que não irá retomar as provocações caso se
encontre com Trump.
O ditador norte-coreano também teria se comprometido a interromper os testes
nucleares e lançamentos de mísseis no período das negociações, já a partir
deste mês.
PRESSÃO MÁXIMA: Segundo Chung, a política de "pressão máxima" de Trump contra a
Coreia do Norte, aliada à solidariedade internacional, levou ao atual desfecho.
Os EUA têm mantido diversas sanções contra o país, além de ter acirrado o
discurso em desaprovação à ditadura de Kim e às violações aos direitos
humanos.
Chung afirmou ser importante, porém, que "não se repitam erros do
passado" e que a "Coreia do Norte leve suas palavras à
ação".
Apesar da distensão, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmou
nesta semana que "ainda é cedo para ser otimista", e que os três
países ainda estão "na linha de largada" das negociações.
O premiê japonês, Shinzo Abe, avaliou como bem-vinda a mudança de postura
de Pyongyang, mas ponderou que ainda não é hora de afrouxar a pressão sobre o
regime norte-coreano. Ele acrescentou que pretende ir aos EUA em abril para
discutir o assunto com Donald Trump. (Via: Folhapress)
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