O coronel Luiz Meira,
ex-comandante-geral da PM de Pernambuco, na primeira gestão Eduardo Campos, em
2007, um militar conhecido por ser linha dura e de reputação ilibada, deve ser
candidato ao governo do Estado, nestas eleições, pelo PSL, para dar palanque ao
presidenciável Jair Bolsonaro no Estado.
Sem alarde, nesta semana que passou, antes de Bolsonaro viajar para
Curitiba, os dois já se encontraram em Brasília, no gabinete do deputado
federal.
A composição entre os militares ainda precisa do aval do deputado federal
Luciano Bivar, presidente do PSL Nacional e cacique da legenda no Estado de
Pernambuco. Responsável por garantir legenda a Bolsonaro, Bivar está nos
Estados Unidos e volta na próxima segunda-feira.
Na terça-feira, os três deverão ter uma reunião, em Brasília, para
possivelmente bater o martelo. “Só falta o olho no olho”, revela uma fonte do
blog.
O coronel Meira, nesta mesma terça-feira, deve assinar a ficha de filiação
no partido, em Brasília.
Antes de viajar a Brasília, para o encontro com Bolsonaro na terça-feira,
na segunda-feira, em Pernambuco, o coronel Meira pode ter uma conversa pessoal
com o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, do PSC, para
explicar a convocação.
Depois de ter abandonado o Metro do Recife, no ano passado, o militar
assumiu como secretário de Ordem Pública de Jaboatão dos Guararapes, com
sua equipe. Na área política, Meira tem um irmão prefeito, em Camaragibe, que
também usa o mesmo sobrenome, mas os dois não são próximos.
De acordo com fontes do partido,
o presidenciável ficou animado. Jair Bolsonaro somente deveria voltar ao Estado
no mês de julho, em meio a sua pré-campanha presidencial. Nesta semana que
passou, a agenda mudou. A visita de Bolsonaro agora deve ser realizada nos dias
26 e 27 de abril, na capital pernambucana.
A antecipação da visita tem uma explicação simples. Avançaram bastante as
negociações de bastidores para que o presidenciável do PSL tenha um palanque
local, com um candidato a governador do Estado e deputados federais e
estaduais.
A estratégia está sendo tocada por um grupo de trabalho da cúpula do PSL e
inclui a escolha de dois deputados, um federal e um estadual, com nomes ligados
também a área de segurança.
A ideia inicial do partido era compor uma chapa com um nome de Caruaru,
Sílvio Nascimento, do PSL local, mas depois as discussões evoluíram para um
nome já reconhecido e com penetração em todo o Estado, com um estilo bastante
próximo ao do capitão Bolsonaro.
Estilos de gravata: Meira já foi comandante também do Batalhão de Choque da PM e ficou
conhecido, na capital pernambucana, por ter dado uma “gravata” em estudante que
fazia “arruaça” em um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, no Recife.
Veja a foto ‘histórica’ de Renato Spencer, do Acervo da JC Imagem.
Na época, 2005, políticos e entidades de direitos humanos fizeram um
grande alarde na mídia contra a atitude do policial.
Parlamentares da antiga oposição até se juntaram aos estudantes na frente
do palácio do Governo. Discursos inflamados na Alepe foram proferidos.
No ano de 2008, o mesmo tipo de “gravata” (imobilização) provocou a morte
de um garoto de 13 anos e o colunista do JC Paulo Sérgio Scarpa questionou onde
estavam os políticos, os parlamentares e os defensores dos direitos humanos?
“Verdade que o Cendhec se colocou à disposição da família do garoto para
dar-lhe proteção, o que será feito pelo Gajop. Mas as duas entidades, além do
MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos), ainda não se pronunciaram oficialmente
sobre o assunto com a mesma veemência do passado. Omissão ou cooptação?”
“A gravata do coronel Meira imobilizou o tal estudante que protestava nas
ruas do centro, mas sem produzir conseqüências mais graves. A gravata do
aspirante a PM matou uma pessoa, tornando ainda mais constrangedora a branda
reação de entidades e políticos em torno do episódio”, registrou o blog, na
época. (Via: Blog do Jamildo)
Blog: O Povo com a Notícia