O vale do São Francisco
movimentou no ano passado US$ 213 milhões com a exportação de 150 mil toneladas
de manga para países como a Holanda, Estados Unidos e Espanha, mas vai ampliar
esses números muito em breve com a conquista do mercado da África do Sul.
Encerrou-se nesta sexta-feira (16), em Petrolina – PE, a visita de uma
missão sul-africana que foi avaliar o sistema de produção e cuidados
fitossanitários para estabelecer a importação da fruta até o final desse ano.
Desde a última segunda-feira (12), os inspetores federais do Ministério da
Agricultura da África do Sul, Nkeetula Abram e Godfrey Markhu Bele, conheceram
de perto os pomares e os packing house de seis fazendas produtoras de manga,
entre Pernambuco e Bahia.
De acordo os produtores locais, Nkeetula Abram disse que a avaliação foi
positiva principalmente pela limpeza das áreas de produção e monitoramento das
moscas-das-frutas através das armadilhas utilizadas em larga escala.
“Ficamos muito impressionados também com a preocupação constante da
qualidade final e embalagem dos frutos nos packing house, onde o tratamento
hidrotérmico garante o controle de algumas doenças pós-colheita causadas por
fungos”, pontuou.
Para a auditora fiscal do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Débora Cruz, a
missão conclui com êxito um trabalho diplomático que começou há dois anos e que
vai permitir pela primeira vez a compra do fruto brasileiro.
“Pela reação dos inspetores durante essa semana podemos entender que o
nosso sistema fitossanitário superou as expectativas. O profissionalismo e a
organização dos produtores da região também serão determinantes para o início
dos entendimentos comerciais”.
Segundo o diretor de Marketing da Valexport – Associação dos Produtores e
Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, Caio
Coelho, a fruticultura irrigada regional já está se preparando para atender a
contento a nova demanda.
“Produzimos anualmente 700 mil toneladas de manga numa área de 30 mil
hectares, a maioria com as variedades Tommy Atkins, Palmer, Kent e Keitt. Vamos
começar bem com o mercado sul-africano, principalmente pela logística que será
viabilizada por via marítima, a um custo bem mais econômico”, disse Caio
Coelho.
O produtor Daniel Briso recebeu com bastante entusiasmo a notícia.
“O mercado sul-africano tem duas grandes vantagens. A primeira é que se
trata de um país, que além de produzir, também é forte consumidor de manga. A segunda
grande vantagem é que eles consomem bem a variedade Tommy Atinkins, que é uma
variedade que nós temos dificuldade de comercialização para países da Europa,
que vem migrando o consumo para variedades sem fibras”.
África do Sul: Principal parceiro econômico do Brasil no continente, o país sul-africano
tem uma balança comercial que é mais positiva para as exportações brasileiras.
Em 2016, quando foi lançada a última série estatística pelo Itamaraty, o
país tinha exportado US$ 1,4 bilhão para a África do Sul. Ou seja, um superávit
de US$ 668, ante os US$ 336 milhões comercializados por seu parceiro.
Naquele ano, 38.814 brasileiros viajaram para a nação africana, o que
aumentou em 32,3% o número desses visitantes, em relação a 2015.
Os produtos brasileiros mais importados pela África do Sul são
manufaturados, liderados pelos automóveis e máquinas mecânicas, além dos
produtos básicos e semimanufaturados, como o zinco, açúcar, cereais e carnes,
responsáveis por 33% do saldo comercial.
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