A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta quinta-feira (16) o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças a partir de 5 anos contra a Covid-19. Com isso, a bula do produto no Brasil passará a indicar essa nova faixa etária. Até então, o modelo da fabricante tinha o uso permitido no país apenas em pessoas com mais de 12 anos.
"O número de casos de Covid-19 tem sido representativo na população pediátrica. Nós temos um perfil de segurança e reatogenicidade positivo com a vacinação e nós temos resultados importantes de geração de anticorpos nessa população", explicou o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.
Apesar do anúncio, o Ministério da Saúde não vai começar a vacinar os mais jovens imediatamente porque ainda não solicitou a compra de doses específicas para crianças. A pasta prevê imunizar 70 milhões de crianças.
De acordo com a Pfizer, o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas em 2022 inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante, inclusive para crianças. A farmacêutica confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao Brasil.
A empresa disse que não é preciso realizar um aditivo no contrato. Para garantir a entrega das doses específicas das crianças, basta um pedido do ministério. A Pfizer não informou em quanto tempo pode enviar essas vacinas após ser acionada pela Saúde.
Gestores do ministério estimam que as doses comecem a chegar no próximo mês. Procurada, a pasta não se manifestou. Com o aval, o governo também precisará inserir o novo público no plano de vacinação da Covid e organizar a entrega das doses específicas aos estados.
A medida, no entanto, deve enfrentar resistência do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL). Em declarações recentes, o chefe do Executivo tem levantado dúvidas sobre a segurança e eficácia dos imunizantes, especialmente nos mais jovens.
Durante reunião na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (15), a secretária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite, disse que a vacinação das crianças tem de ser analisada com "muita cautela". Também afirmou que o governo está concentrado em melhorar a cobertura da dose de reforço.
"Sendo aprovado (na Anvisa), a tempestividade, as normas serão bastante debatidas. É algo que nós também queremos abrir para a sociedade. Para tomarmos essa decisão, que seja de fato de forma democrática, com todos os atores participando, com dados reais, dados fidedignos para nós chegarmos a essa conclusão", comentou a secretária.
As vacinas da Pfizer aplicadas no grupo de 5 a 11 anos e nos mais velhos têm o mesmo princípio ativo, mas algumas diferenças na composição.
Desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, a Coronavac está autorizada para uso emergencial no Brasil desde 17 de janeiro deste ano para maiores de 18 anos. (Via: Folhapress)
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