As matrizes tradicionais do Forró são oficialmente Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. O título foi entregue, ontem, em evento no Palácio do Planalto, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, o secretário especial de Cultura, Mário Frias e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto. A cerimônia celebrou também o Dia Nacional do Forró e o aniversário do “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, que completaria 109 anos.
Durante seu discurso, o ministro do Turismo, Gilson Machado
Neto, enalteceu o apoio do presidente Jair Bolsonaro para a concessão do
título. “O pedido de Patrimônio Cultural esperou 10 anos para acontecer, mas o
forró é nosso patrimônio há muito mais tempo. Nosso país vai ter duas
histórias, uma antes do legado do presidente e outra depois. Muito obrigado aos
forrozeiros que estão aqui encanta e leva alegria a milhares de pessoas não
poderia ficar de fora dessa importante lista. Parabéns para nós!”, declarou.
O secretário especial de Cultura, Mário Frias, destacou a
importância do trabalho do governo federal na busca do reconhecimento e
proteção dos bens nacionais. “Nosso trabalho é desenvolver a cultura e
favorecer a nossa população. Nosso objetivo é enaltecer artistas como Luiz
Gonzaga e Dominguinhos. O forró nos representa!”, pontuou.
De acordo com o Iphan, as Matrizes Tradicionais do Forró são
uma forma de expressão multimodal, cujo núcleo é a performance social de um
leque de tipos de música e dança. O Forró, desde seus primeiros registros
conhecidos, no início do século 20, remete à festa popular e a palavra assumiu
também o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental.
“É uma responsabilidade enorme estar à frente do Iphan que
tem o objetivo de proteger o nosso patrimônio. Entrega boa é que beneficia o
cidadão comum e, por isso, estamos aqui. O forró faz parte da identidade do
Brasil e ele continuará vivo a todo tempo para unir os brasileiros. Depois de
muito trabalho, hoje esse título se tornou realidade”, concluiu.
O Forró, assim como o Choro, o Frevo e o Samba, definiu-se
nos bailes e festividades populares, num ambiente de ampla participação e de
contatos físicos e culturais. Este ambiente é tema de letras de sucessos de
meados do século 20, como "Asa Branca", "Forró em Limoeiro"
e tantos outros. Com o título, as Matrizes Tradicionais do Forró foram
inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão, com abrangência
nacional, onde também estão registrados bens como o Repente, a Ciranda do
Nordeste, a Roda de Capoeira, o Maracatu Nação (PE), o Carimbó (PA) e a
Literatura de Cordel.
A cerimônia contou com representantes do Forró no país, como
o sanfoneiro Novinho da Paraíba e o cantor e compositor Alcymar Monteiro.
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