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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Após denúncia de maus-tratos, Justiça decreta prisão de casal dono de escola infantil

A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão temporária do casa de donos de uma escola infantil particular, após chegarem denúncias de maus-tratos contra alunos na unidade, e o pedido foi acatado pela Justiça. 

A solicitação de prisão ocorreu na sexta-feira (23) e a Justiça acatou o pedido de prisão temporária por 30 dias dos donos da escola, além da busca e apreensão em seus endereços. O caso corre em sigilo por envolver menores de idade.

"A princípio [a investigação] foi [aberta] por maus-tratos e submeter criança a situação vexatória. Mas pelos relatos, pela gravidade dos relatos, eu incluí a tortura. Por alguns indícios que eu tinha das oitivas. As filmagens são tristes, revoltantes e isso causou muita revolta na gente, nas mães, nos pais", disse delegado Fábio Daré, responsável pelo caso.

Segundo Daré, caso os donos da escola não sejam localizados ou se entreguem à Polícia Civil nesta segunda (26), serão considerados foragidos na Justiça.

Tudo começou quando uma ex-funcionária gravou vídeos dos maus-tratos e relatou o caso para os pais das crianças vítimas do ocorrido. A jovem denunciante trabalhou no local, em Cambuci, na zona sul de São Paulo, por dois meses. 

Em um dos vídeos feitos pela ex-funcionária, é possível ver um menino amarrado a uma pilastra com a própria blusa. Outra filmagem mostra gritos e xingamentos com crianças entre 1 e 2 anos.

Um menino que fez xixi nas calças também recebeu reclamações e uma garotinha de pouco mais de 1 ano foi acusada de "dar uma de louca" por não guardar brinquedos.

Durante as investigações, 12 mães foram ouvidas, além de professores. Em todos os relatos dos pais, era dito que as crianças haviam tido mudança de comportamento, ficando facilmente assustados, com medo de ficar no escuro e comendo demais porque não estariam sendo alimentados na escola.

Os pais de uma das crianças, de 5 anos, contou que o filho estava matriculado desde os 11 meses, e que o acesso aos professores era quase impossível.

"Faziam de tudo para gente não ter acesso, para não trocar informações. E com os professores eram a mesma coisa. A gente não podia ter acesso a nenhum professor", afirmou ao g1.

Segundo a professora que fez a denúncia, Anny Garcia Junqueira, as fotos e vídeos mostrados não são "nem metade das coisas que eles faziam". "Eles gritavam muito com as crianças, tem até o quarto escuro, que muitas crianças falam e era praticamente um quarto de castigo", contou.

A defesa dos donos da escola infantil, Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano, disse que ainda não teve acesso ao inquérito, e que, por enquanto, pode esclarecer que os donos da escola negam veementemente as acusações e são inocentes.

A Secretaria Estadual da Educação "é contra qualquer tipo de violência, seja dentro ou fora das escolas" e informou que abriu um processo administrativo diante das denúncias recebidas. Após as denúncias, a escola fechou as portas na quarta-feira (21).

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