O homem que desafia o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem perfil tão surpreendente quanto a rebelião dos mercenários que lidera dentro do exército russo. Yevgeny Prigozhin, até o início da invasão à Ucrânia, era amigo próximo de Putin. Mas ele já vendeu cachorro-quente e foi dono de restaurantes. Hoje, é procurado pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.
Nessa sexta-feira (23/6), Prigozhin chamou a atenção do mundo ao usar o Grupo Wagner, o qual lidera, para invandir Rostov-on-Don, a maior cidade do sul da Rússia e capital da região de Rostov — fica ao lado de partes do leste da Ucrânia, onde ocorre a guerra.
Nascido em São Petersburgo, mesma cidade natal de Putin, Prigozhin perdeu o pai cedo e, após praticar alguns assaltos no fim de 1980, acabou condenado a 13 anos de prisão. Segundo o jornal The Guardian, depois de solto, ele comandou um pequeno negócio de cachorro-quente e cresceu no ramo empresarial, tendo particpação em uma rede de supermercados. Em 1995, abriu restaurantes com sócios.
Foi em um desses restaurantes que Prigozhin se aproximou de políticos russos e espiões da KGB, principal organização de serviços secretos durante o período soviético. A partir de então, ele trilhou uma carreira meteórica no governo da Rússia, culminando com a criação do Grupo Wagner, em 2014. De acordo com a BBC, Prigozhin usou o conhecimento das prisões da Rússia para recrutar mercenários, não importando a gravidade dos crimes cometidos.
Inicialmente, a empresa paramilitar contratada pelo Kremlin atuou ao lado da Rússia na guerra contra a Ucrânia, mas rebelou-se depois que Prigozhin acusou o exércio de Putin de lançar um ataque com foguetes que matou dezenas de combatentes do Grupo Wagner — em abril, ele já havia criado mal-estar com o líder russo ao defender o fim da guerra da Ucrânia.
Em uma escalada na rivalidade entre Prigozhin e comandantes militares russos, o líder mercenário afirmou que as forças dele marchariam sobre Rostov. Foi o que aconteceu.
Além do papel de Prigozhin na Guerra da Ucrânia, a crueldade e a violência nos campos de batalha fizeram com que o FBI prometesse a recompensa de US$ 250 mil a quem der informações sobre o líder do Grupo Wagner. Segundo o The Guardian, ele é movido pela crença de que luta contra as elites corruptas. Prigozhin também é conhecido por executar desertores.
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