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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Mortes em ações da polícia crescem 47,5% em Pernambuco, em 2023

A alta no número de mortes durante as ações da polícia está chamando a atenção de entidades que monitoram a segurança pública de Pernambuco. Somente entre janeiro e maio deste ano, começo da gestão da governadora Raquel Lyra, 59 óbitos foram somados. No mesmo período de 2022, foram 40. O aumento chega a 47,5%.

Há um mês, o Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), ONG ligada aos direitos humanos, já vem demonstrando preocupação com as estatísticas disponibilizadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) e cobrando que os óbitos sejam apurados com rigor para identificar se, em algum deles, houve desvio de conduta por parte da polícia.

"Para se ter uma ideia, ao longo do ano de 2015, foram registrados, em Pernambuco, 37 casos (mortes em intervenções policiais), o mesmo número dos três primeiros meses deste ano. Se essa tendência se mantiver para os próximos meses, Pernambuco pode chegar ao final do ano de 2023 com os maiores números de violência policial que o Estado já registrou", pontuou publicação da entidade, que também faz parte do Fórum Popular de Segurança Pública do Estado.

Em 13 de março de 2023, uma abordagem no Engenho Aripibu, em Ribeirão, Mata Sul do Estado, acabou em troca de tiros entre os policiais militares e suspeitos. Segundo a versão oficial da PM, o sargento Jairo José da Silva Filho, de 42 anos, foi morto à bala pelos criminosos. Dois suspeitos também morreram.

No dia seguinte, em uma nova operação policial no mesmo engenho, cinco homens foram mortos. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram eles sendo arrastados em cadeiras e viaturas policiais. Aparentemente, eles já estariam mortos. Os PMs envolvidos na operação, no entanto, levaram os homens para o hospital da cidade. 

A Corregedoria da SDS, na época, declarou que um procedimento investigativo preliminar foi instaurado para apurar a conduta dos policiais envolvidos no caso. Mas o resultado ainda não foi apresentado à sociedade.

Em paralelo, a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as mortes ocorridas nos dois dias de operação. Procurada pela coluna Segurança na última semana, a corporação se pronunciou sobre o assunto por meio de nota oficial. "O inquérito policial foi concluído e remetido à Justiça no dia 27/04/2023". Mas faltou transparência em relação ao caso.

A coluna pediu para que a Polícia Civil informasse se houve indiciamento de algum policial militar envolvido na ação ou se a sugestão do delegado responsável foi a de arquivamento do caso, por entender que houve legítima defesa. A corporação não respondeu aos questionamentos de interesse público.  (Via: Conteúdo Ronda Jc)

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