Sete pessoas foram mortas na manhã deste sábado (24) pela Polícia
Militar na Rocinha, favela da zona sul do Rio.
A PM afirma que sete pessoas armadas foram baleadas em confronto com
agentes do Batalhão de Choque, socorridas e levadas para o Hospital Miguel
Couto.
O Batalhão de Choque afirma que foram apreendidos na ação um fuzil, seis
pistolas e duas granada. O Centro de Operações da Prefeitura orientou atenção
aos motoristas que passarem pela estrada Lagoa-Barra. A via não chegou a ser
fechada.
As mortes na Rocinha ocorrem pouco mais de um mês após o início da
intervenção federal na segurança pública do estado. A intervenção, inédita, foi
anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro, com o apoio do
governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.
Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto.
Ele, na prática, é o chefe dos forças de segurança do Estado, como se
acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração
Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu
comando.
O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com
reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o Estado está em
situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro
do ano passado.
Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em
concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o
carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.
A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna
os agentes vítimas da criminalidade. Somente no ano passado 134 policiais
militares foram assassinados no estado -neste ano já são 30.
Policiais, porém, também estão matando mais. Após uma queda de 2007 a
2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial
está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na
Secretaria de Segurança (2007-2016).
Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia. Em meio à crise, a
política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu -estudo da PM cita 13
confrontos em áreas com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016. Nesse vácuo, o
número de confrontos entre grupos criminosos aumentou.
Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes
violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros Estados com
patamares ainda piores. No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio
tinha taxa de 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 58,1 de Sergipe,
52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo. (Via: Folhapress)
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