Embora o assunto esteja
formalmente interditado entre petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva já discute com aliados como proceder caso seja determinada sua prisão.
Segundo interlocutores, o ex-presidente avalia a hipótese de se
apresentar, evitando a produção de imagens negativas típicas de uma operação
policial.
Outra possibilidade é que o petista espere a chegada dos agentes
policiais, também cercado por seus apoiadores. Nesse caso, porém, Lula poderia
perder o controle da situação ao ser conduzido por policiais.
Petistas estão a postos para acompanhar o ex-presidente. Segundo
colaboradores, só Lula poderá tomar essa decisão, que dependerá de onde estiver
no dia definido para o cumprimento da sentença.
Na noite desta sexta (16), durante lançamento de um livro em São Paulo, o
ex-presidente afirmou que, se mantida a condenação, será "o primeiro preso
político do país no século 21".
Em discurso ao lado de aliados políticos e apoiadores no sindicato dos
químicos, Lula atacou a Lava Jato e disse que está animado, apesar de condenado
pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 12 anos e 1 mês de
prisão.
Segundo ele, o objetivo da operação é "execrar e condenar as pessoas
antes do julgamento". "Eu tenho consciência de que os que me
condenaram não têm a consciência tranquila da inocência que eu tenho porque
eles acham que mentiram", afirmou, antes de criticar imprensa, Ministério
Público e Justiça pelo processo do tríplex em Guarujá (SP).
O evento encheu o auditório do sindicato no centro de São Paulo, onde
ocorreu o lançamento do livro "A Verdade Vencerá: O Povo Sabe Por Que Me
Condenam" (ed. Boitempo), em que Lula diz estar "pronto para ser
preso" e afirma que não fugirá.
p(inter). caravana: Depois de percorrer Nordeste e Sudeste, Lula inicia, na manhã desta
segunda-feira (19), a etapa sulista de sua caravana pelo país.
Em sua quarta fase, terá a educação como tema. O roteiro, de nove dias,
inclui visita ao mausoléu do presidente Getúlio Vagas (1930-1945 e 1951-1954),
além de encontros com ex-presidentes sul-americanos. Já no primeiro dia, ele
terá uma conversa pública com o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, que
governou o país de 2010 a 2015.
O petista estará em Foz do Iguaçu (PR) no dia 26, mesmo dia em que o TRF-4
(Tribunal Regional Federal da 4ª região), em Porto Alegre, realizará uma sessão
extraordinária sobre o assunto. Cabe à corte decidir se Lula será preso ou não
em segunda instância.
Além disso, a defesa do ex-presidente tem recorrido aos tribunais
superiores, em Brasília, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF.
Um habeas corpus em favor do petista já foi negado pela Quinta Turma do
STJ. Na quarta (14), os advogados de Lula fizeram novo pedido ao ministro do
STF Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato na corte. Requereram a
suspensão de uma eventual prisão do ex-presidente.
A principal aposta da defesa é conseguir reverter o atual entendimento do
Supremo em favor do cumprimento de pena após condenação em segunda instância. (Via: Folhapress)
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