Morreu, na noite desta quinta-feira (25), a jovem que foi atacada por ácido sulfúrico
pelo ex-companheiro, William César dos Santos Junior, de 30 anos, e por um
amigo dele, Paulo Henrique Vieira dos Santos, de 23 anos, no dia 4 de julho no
bairro de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife. Mayara Estefanny Araújo,
de 19 anos, estava internada no Hospital da Restauração desde o crime.
Segundo parentes, o sepultamento será nesta sexta-feira, no município de
Limoeiro.
Tentativa de
feminicídio
A delegada
responsável pelo caso, Bruna Falcão, entendeu que o ex-marido teve a intenção
de matar a jovem contando com a ajuda do amigo e, por isso, os dois foram indiciados por feminicídio, com outras duas
qualificadoras: meio cruel e emboscada.
Denúncias da
vítima contra o suspeito
Antes de ter
ácido sulfúrico atirado contra o seu corpo, a vítima registrou três boletins de
ocorrência contra o ex-companheiro. O primeiro, em 13 de maio, quando ela foi
física e verbalmente agredida por ele. Na ocasião, foi solicitada uma medida
protetiva, mas o acusado não foi localizado e não recebeu a notificação da
medida.
Em 23 de
maio, ela voltou à delegacia para registrar o segundo boletim de ocorrência.
Desta vez, ele havia enviado para a irmã dela um vídeo de conteúdo violento,
relacionado ao assassinato de uma mulher e dizendo que não faria isso com ela
apenas por ser mãe do filho dele.
O episódio
que resultou no terceiro boletim de ocorrência teve início com uma briga entre
a vítima e a atual mulher do suspeito. A duas trocaram agressões em uma parada
de ônibus. A vítima contou o acontecido para a mãe do suspeito, ele revoltou-se
com a atitude dela (em envolver a mãe dele), afirmando que a ex-companheira
iria pagar. "A mãe dele respondeu dizendo que se ele fosse fazer algo
contra a ex-companheira, teria de fazer contra ela também porque antes de ser
mãe dele ela era mulher também e não admitia aquele tipo de violência",
detalhou a delegada.
Em 1º de
junho, a vítima registrou o terceiro boletim de ocorrência. Apenas em 5 de
junho, a notificação de medida protetiva foi entregue ao suspeito. Pai tinha
acesso ao filho "Ele insiste na versão de que não é verdade que ele não se
conformava com o fim do relacionamento, inclusive alega que havia voltado a
viver com a sua esposa e que por isso não havia revolta dele na posição dela de
não querer mais se relacionar. Isso tudo tem se desmentido pelas testemunhas
que ouvimos. A própria mãe do suspeito foi escutada na unidade policial e disse
que o acesso ao filho do casal era permitido pela ex-mulher dele sempre, então
essa versão também não se sustenta", explicou a delegada.
#UmaPorUma
A violência
contra a mulher é constante e frequentemente acaba em tragédia. Existe uma
história para contar por trás de cada feminicídio, em Pernambuco. O especial
Uma por uma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram, as
motivações do crime, acompanharam a investigação e cobraram a punição dos
culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis de vítimas e agressores,
além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime. Confira o
especial Uma por Uma AQUI. (Via: Jc Online)
Blog: O Povo com a Notícia