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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Sertão: Serrita já está ocupada por turistas de todo canto do Brasil


Tradicionalmente como acontece todos os anos, desde 1971, a Missa do Vaqueiro será realizada neste domingo no município de Serrita, no Sertão pernambucano. São 49 anos de história, reunindo em romaria vaqueiros de toda região do Nordeste. 

Idealizada para homenagear o vaqueiro Raimundo Jacó, primo do cantor Luiz Gonzaga, assassinado em 1954, o evento começou nessa quinta no Povoado de Ipueira. Além da missa, a festa conta com programação de shows, apresentações culturais, vaquejada e pega de boi. A celebração religiosa tem início a partir das 10h do domingo, no Parque Estadual João Câncio, no Sítio Lages, zona rural de Serrita. A missa já faz parte do calendário de grandes eventos do estado.

Este ano, os organizadores estimam que mais de 60 mil pessoas frequentem o evento nos quatro dias. Já durante a missa são esperados uma média de 800 a mil vaqueiros, que seguem em romarias. "São comitivas que vêm de várias cidades da região e também de outros estados como a Bahia e do Ceará", comentou o secretário de Turismo de Serrita, Tiago Câncio. A celebração é semelhante aos rituais da Igreja Católica, mas com toque diferenciado que transforma a missa em um espetáculo.

A missa é idealizada pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição da diocese de Salgueiro. A festa tem início com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam oferendas como chapéu de couro, chicotes e berrantes à Raimundo Jacó. Durante a comunhão, vaqueiros fazem fila montados em seus cavalos e recebem uma mistura de farinha de mandioca, rapadura e queijo ao invés da hóstia. Os trabalhadores da Caatinga também agradecem pelas graças alcançadas, pedem proteção e levam objetos do cotidiano para serem abençoados. A missa é toda acompanhada por músicas entre elas a Morte do Vaqueiro, composição criada por Luiz Gonzaga em 1963 como forma de protesto pela morte do primo, crime que até então não solucionado.

HISTÓRIA - Realizada sempre no quarto domingo do mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história consagrada na voz de Luiz Gonzaga: a de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou "A Morte do Vaqueiro" numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Depois, se juntou a João Câncio dos Santos, padre que ao ver as injustiças cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso de Jacó o mote para o ofício do vaqueiro e para a celebração da coragem.

MISSA DO VAQUEIRO

PROGRAMAÇÃO

25 de julho, quinta-feira / Ipueira
Grupo Bond do Nordeste
Poetas Gonzaga Neto e Zé Francisco

26 de julho, sexta-feira / Parque Estadual João Câncio
Banda Cheiro no Cangote
Henrique Brandão
Joquinha Gonzaga
Flávio Leandro (Participação especial de Daniel Gonzaga)
Vítor Fernandes
Paixão de Vaqueiro

27 de julho, sábado / Parque Estadual João Câncio
Paulo Sampaio
Donizete
Adriano Estigado
Kinho Callou
Nanara Bello
Chambinho do Acordeon
Petrúcio Amorim

28 de julho, domingo / Parque Estadual João Câncio
Realização da Missa.
Participação: Josildo Sá, Flávio Leandro, Sarah Lopes, Pedro Bandeira
Chico Justino e Cícero Mendes, Ronaldo Aboiador, Fernando Aboiador, Daniel Gonzaga

Blog: O Povo com a Notícia