O suspeito de matar o eletricista da Celpe José Reginaldo de Santana Júnior, de 31 anos, foi preso a mais de 1,2 mil quilômetros do local do crime, ocorrido em setembro do ano passado, na cidade de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco.
A prisão do fazendeiro Sebastião Ayres de Assis Neto, conhecido como Neto Santos, ocorreu na cidade de Timbiras, no Maranhão, nessa quarta-feira (14).
Em coletiva de imprensa, no Recife, nesta quinta-feira (15),
a Polícia Civil de Pernambuco detalhou que Neto Santos portava identidade falsa
e havia mudado de aparência. Ele pintou os cabelos e usava documentação falsa
no nome de Gustavo Abadie de Freitas.
O eletricista José Reginaldo foi
assassinado, em 29 de setembro de 2020, após realizar a suspensão legal do
fornecimento de energia por inadimplência da propriedade rural Haras Vovô Zito,
que pertence a Neto Santos.
Após o corte da energia, o fazendeiro tentou obrigar o
eletricista a religar a energia, mas, diante da negativa, atirou contra o
eletricista usando uma arma de fogo. José Reginaldo morreu no local.
De acordo com o delegado de Limoeiro, Fabrício Pimentel,
polícias de outros estados do Nordeste repassavam informações sobre o possível
paradeiro de Neto Santos durante as investigações do crime.
"As informações que foram chegando para a gente é que
ele não teria saído do Nordeste. A gente ia averiguando essas informações e ia
confirmando que realmente tinha passado por essa e outra localidade até
conseguir lograr êxito na prisão no Maranhão", detalhou.
O fazendeiro foi localizado numa residência que tinha
adqurido no Maranhão. "Ele estava vivendo ali, apresentando documentação
falsa, tinha feito modificação em sua aparência física. Trocamos informações
com a polícia do Maranhão", acrescentou Fabrício.
O inquérito policial foi instaurado. Neto Santos foi
indiciado por homicídio qualificado por motivo futil e recurso que
impossibilitou a defesa da vítima. O fazendeiro também foi indiciado por
constrangimento ilegal majorado pelo emprego de arma de fogo cometido contra o
eletricista que acomphava José Reginaldo na ação de corte energia.
No momento da prisão, Neto Santos também portava munições
calibre .38 e dinheiro em espécie.
O delegado seccional de Limoeiro, Herbert Martins, explica os
procedimentos após a prisão de Neto Santos no Maranhão.
"Foragido no Maranhão, ele cometeu outros crimes: posse
de munição e uso de documento falso. As penas terão que ser cumpridas no
Maranhão e depois ele será recambiado para Pernambuco. Os prazos dependem das
Varas [da Justiça]", explicou.
Ainda de acordo com o Portal Folha PE, o superintendente de operações da Celpe, Evandro Simões,
classificou a prisão do fazendeiro como uma resposta para a sociedade contra a
impunidade.
"A polícia mostrou isso localizando um bandido tão
distante do local onde o crime foi ocorrido. Casos como esse reforçam nossa
segurança para dar melhores condições de os funcionários executarem seus
trabalhos", pontuou.
A Celpe havia ofertado recompensa de até R$ 20 mil pelo
paradeiro do fazendeiro.
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