Durante o discurso do presidente Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira (29), em que admitiu não ter provas — somente indícios — de fraudes eleitorais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) usou a estratégia de checar os fatos junto a uma agência e divulgou em tempo real as mentiras e inconsistências apontas na live.
O Planalto convocou a live com a promessa de que seriam apresentadas as evidências a respeito da fraude no sistema de voto em urnas eletrônicas, que é amplamente criticado tanto pelo presidente quanto apoiadores e se tornou uma das suas bandeiras nos últimos meses. A transmissão ao vivo, contudo, terminou com o presidente admitindo não ter "provas" sobre as suas alegações.
O TSE desmentiu a afirmação do presidente de que a apuração dos votos seria feita em uma sala escura e reiterou que o processo é feito de forma aberta, na sede do órgão em Brasília. O resultado é impresso e fica disponível em cada seção eleitoral do país.
"Ao chegarem ao TSE, a integridade e autenticidade dos dados são verificados e se inicia a totalização (isto é, a soma) dos resultados de cada uma das urnas eletrônicas, por supercomputador localizado fisicamente no tribunal. O resultado final divulgado pelo Tribunal sempre correspondeu à soma dos votos de cada um dos boletins de urna impressos em cada seção eleitoral do país", declarou.
Bolsonaro também disse que o voto eletrônico só é utilizado em três países, incluindo o Brasil: Bangladesh e Butão pequenos da Ásia. Mas a informação é falsa, como apontou o TSE. De acordo com International Institute for Democracy and Electoral Assistance (Idea), 23 países usam o sistema em algum nível, incluindo nações como Estados Unidos, Canadá, França, Espanha e Austrália.
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