Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que governou o Brasil entre 1994 e 1998 na base do gogó, e ele era muito bom nisso. Entre 1999 e 2002, o gogó não bastou, seu desempenho foi ruim e ele não fez seu sucessor. Lula (PT) derrotou com folga José Serra (PSDB), que fingiu não ser o candidato de um governo impopular.
Lula atravessou a primeira fase
da pré-campanha deste ano levando tudo na base do gogó, e ele sempre foi muito
bom nisso, embora esteja um tanto rouco. A segunda fase da pré-campanha começa
hoje para ele e irá até o início de agosto, quando a terceira, a oficial, terá
início, como previsto em lei. O gogó já não bastará.
Cobra-se dele a apresentação de propostas para governar. Os demais
candidatos são menos cobrados, mas isso se justifica. É Lula quem lidera as
pesquisas. E de Bolsonaro, não adianta cobrar o que ele nunca teve para
oferecer. No ato festivo marcado para daqui a poucas horas, Lula será forçado a
entregar alguma coisa.
Não se espera que entregue nada de muito concreto, candidato algum entrega
planos bem elaborados com tanta antecedência, mas que revele em linhas gerais o
que fará se vencer. Afinal, é o mais experiente dos candidatos que disputam a
vaga de Bolsonaro; e de 1989 para cá, todas as eleições se deram à sua sombra.
A de 2018 foi uma “eleição
crítica”, como costumam chamá-la os especialistas no assunto. Ela foi marcada
pela insatisfação coletiva com tudo e qualquer coisa; pela Lava Jato, operação
de combate à corrupção jamais vista até então; e pelo fato inusitado de estar
preso o candidato favorito a ganhá-la.
A deste ano será uma “eleição normal”; e numa eleição normal, o que
“comanda o humor do eleitor é a conta do supermercado”, observa o analista de
pesquisas Antonio Lavareda. Em resumo: “É a economia, estúpido”, o que definirá
o resultado da eleição, como disse um dia James Carville, marqueteiro
americano.
Há 4 anos, Bolsonaro era um franco atirador. Agora, é o incumbente,
palavra da moda que significa “quem ocupa um cargo ou posição oficial”. Além do
estado da economia, estará em julgamento o que o mais destacado incumbente fez
ou deixou de fazer. Aqui, desde 1998, o incumbente-mor nunca foi derrotado.
Mas também aqui o incumbente-mor, candidato à reeleição, nunca enfrentou
um ex-presidente. Sem ameaça de golpe, seria algo bonito de se ver. (Via: Blog do Noblat)
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