Depois de Lula, em cima do palco, foi o ex-ministro José Dirceu de Oliveira que embaixo chamou a atenção da gente que compareceu ao ato do 1º de Maio promovido pelas centrais sindicais na Praça Charles Miller, no Pacaembu, zona oeste de São Paulo.
Houve quem não acreditasse que
era ele, de camiseta preta, boné vermelho da CUT, a transitar entre as pessoas
e a posar para fotos quando reconhecido. Parecia mais gordo. Mas não perdeu a
disposição para responder ao que lhe perguntaram.
Para ele, o principal problema da campanha de Lula neste momento são os palanques de
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, maiores colégios eleitorais do país.
Em São Paulo, há dois candidatos de esquerda ao governo, o do PT e o do PSB.
Fernando Haddad (PT) lidera todas as pesquisas de intenção de voto, mas
Márcio França (PSB) acha que tem mais condições de se eleger do que ele. PT e
PSB ainda não se entenderam direito no Rio. Em Minas, o entendimento do PT é
com o PSD de Kassab.
É certo que Lula subirá em
Minas no palanque de Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte,
candidato ao governo. Mas o candidato de Kalil ao Senado é Alexandre Silveira
(PSD), e o do PT, o deputado federal Reginaldo Lopes, líder nas pesquisas.
Há algumas semanas, em reunião com Kalil em São Paulo, Lula lhe disse: “Eu
preciso de você, mas você precisa de mim”. Kalil concordou. Em seguida, Lula
comentou: “Eu posso muito, Kalil, mas não posso tudo”. Referia-se à disputa
pelo Senado.
Ainda este mês, Lula e Geraldo Alckmin, seu vice, visitarão municípios
mineiros levando Lopes a tiracolo. Querem dar mais tempo para que Silveira se
convença de que não terá chances de se eleger e saia da parada. Silveira tem
muito dinheiro para gastar.
Coordenador da primeira campanha vitoriosa de Lula a presidente em 2002,
Dirceu sugere que seja criado “um gabinete estratégico”, formado por aliados do
PT, para que faça reuniões de coordenação a cada 15 dias. Ele está fora. “Se
apareço, atrapalho”, admite. (Via: Blog do Noblat)
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