Pernambuco não terá mais um ramal da ferrovia Transnordestina. Foi o que informou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em live realizada pelo Jornal Valor.
Segundo o ministro, não há viabilidade para fazer a conexão da ferrovia até Porto de Suape, por isso o governo deverá optar por construir, por enquanto, somente o trecho da ferrovia Transnordestina até o Porto de Pecém, no Ceará.
“Foi um imbróglio que foi herdado, mais um problema de
modelagem. Entendo que as duas ‘pernas’ não coexistem. Estou deixando claro
para todo mundo que não tem demanda para o ramal de Pernambuco e para o ramal
do Ceará”, afirmou durante o evento realizado na última terça-feira (20).
De acordo com Tarcísio, o projeto precisa ser refeito. “É um
contrato que, em função de ter uma quantidade grande de obra enterrada, precisa
ser redesenhado. O que dedicamos a fazer, até agora, foi esse redesenho,
apertar a tecla ‘reset’”, afirmou.
O vice-presidente da Federação Nacional dos Operadores
Portuários – Fenop e diretor da Agemar Transportes e Empreendimentos, Manoel
Ferreira, discordou do ministro com relação a afirmação de que não há demanda
de cargas para os dois trechos da ferrovia. “Suape movimenta atualmente 25
milhões de toneladas anuais e tem potencial para atrair pelo menos mais 20
milhões”, ressalta.
Segundo ele, o trecho a ser concluído até Suape é 200 km
menor do que o que vai até Pecém e se o Governo Federal não quiser tocar o
projeto, Pernambuco deverá ir atrás de outras alternativas. “Com o fim dessa
expectativa sem fim, o Estado estará livre para ir em busca de novos ‘players’
interessados em aproveitar o potencial do porto pernambucano”, destacou.
A Transnordestina começou a ser construída em 2006 com prazo
para estar concluída em 2014 e, depois, em 2016. Em 2017 o Tribunal de Contas
da União suspendeu os repasses públicos em razão das incertezas quanto a
possibilidade de conclusão do projeto que já havia consumido R$ 6 bilhões em
investimentos e ainda demandava mais de R$ 5 bilhões para ser concluído.
Na live, Tarcísio informou que a concessionária
Transnordestina Logística, comandada pela CSN e responsável por construir e
operar a ferrovia, mantém as obras em andamento, com praticamente 1.000
trabalhadores em campo, tendo investido R$ 300 milhões no ano passado.
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