O Dia do Trabalhador deste ano foi palco de uma disputa de militâncias políticas em manifestações pelo país. Os principais atos aconteceram em São Paulo e Brasília, e tiveram a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL), que discursou a seus apoiadores por vídeo, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que participou de evento organizado por centrais sindicais no centro da capital paulista.
Apesar de convocações feitas
por lideranças de cada campo político ao longo das últimas semanas, os atos
tiveram um público menor do que o esperado por seus organizadores. A situação
criou uma disputa de narrativa nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, a
palavra “fiasco” foi alçada aos assuntos mais comentados, os
Trending Topics, ao ser usada tanto por bolsonaristas quanto por simpatizantes
de Lula para criticar o outro lado.
Imagens aéreas fornecidas pela Polícia Militar de São Paulo mostram que tanto a Avenida Paulista, onde se reuniram os partidários de Bolsonaro, quanto a praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, onde estava a militância de esquerda, ficaram com muito espaço vazio. As cenas, porém, mostram vantagem para a presença bolsonarista. Veja uma colagem com imagens dos dois atos por volta das 16h deste domingo:
Vídeo:
O que eles disseram
O presidente
Bolsonaro, que já havia participado mais cedo de
ato com apoiadores em Brasília, no qual não discursou, falou a
apoiadores na Paulista por meio de transmissão por vídeo e agradeceu o apoio,
evitando críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou a seus
ministros.
O
presidente agradeceu aos apoiadores e
destacou que o ato era em defesa da “Constituição, da família e da liberdade”.
“Uma
satisfação muito grande poder cumprimenta-los nessa manifestação pacífica em
defesa da constituição, da família e da liberdade. Devo lealdade a todos vocês,
temos um governo que acredita em Deus, respeita os seus militares , defende a
família e deve lealdade ao seu povo”, disse.
Até
a entrada do presidente por vídeochamada, nomes como os deputados federais
Carla Zambelli (União-SP) e Daniel Silveira (PTB-RJ) discursaram para a
militância.
No ato que teve Lula como estrela, o petista começou seu discurso pedindo desculpas aos policiais. Segundo Lula, sua intenção ao citar os policiais durante crítica a Bolsonaro era dizer que o presidente “só gosta de milicianos”.
“Quando eu estava fazendo o
discurso [sábado, 30/4], eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia,
ele não gosta de gente. E eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de
gente. E eu quero aproveitar para pedir desculpas aos policiais deste país,
porque muitas vezes comete erros, mas muitas vezes salva muita gente do povo
trabalhador e nós temos que tratá-los como trabalhador nesse país. E eu resolvi
pedir desculpas junto a vocês, porque neste país o habitual é as pessoas não
pedirem desculpa”, disse Lula.
Lula também voltou a criticar Bolsonaro e disse que o atual presidente
nunca se reuniu com representantes dos trabalhadores e de outras classes. “Ele
nunca se reuniu com dirigentes sindicais, ele nunca reuniu os governadores, ele
nunca reuniu os prefeitos, ele nunca reuniu os movimentos sociais. Portanto,
esse cidadão só governa para, quem sabe, os milicianos dele. Alguns, inclusive,
quem sabe, com responsabilidade pela morte da Marielle. E a gente quer saber
quem é que mandou matar a Marielle”, discursou o petista.
Outros atos pelo país
Cidades como Rio de Janeiro e Brasília também tiveram manifestações
políticas neste 1º de Maio. Na capital federal, o ato bolsonarista na Esplanada
dos Ministérios não repetiu a força de manifestações
anteriores, como em 7 de Setembro do ano passado, mas teve público bem maior do
que o promovido por entidades de
esquerda, na Funarte. (Via: Metrópoles)
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